Senhor Director,
Vasco Graça Moura veio chamar atenção para um acto de legitimidade duvidosa que parece ir ser praticado sobre a língua portuguesa.
No seu artigo de opinião, na edição do DN de 21 de Novembro corrente, o autor demonstra claramente que a apregoada unidade linguística não passa de mais uma habilidade com que nos têm brindado diferentes responsáveis políticos.
Convirá recordar que foi o mesmo governo que tomou a tão discutível decisão sobre apoio à intervenção militar no Iraque, com base em informações agora reconhecidas como erradas, que, em 26 Maio de 2004, em Fortaleza, numa reunião de Ministros da Educação da CPLP, definiu que o polémico Acordo Ortográfico de 1990 poderia entrar em vigor com o depósito dos instrumentos de ratificação por apenas três dos oito países signatários! Foi um acto premonitório do simplex… aplicado à diplomacia.
Qualquer dia vamos ter de ouvir que, de facto, o acordo ortográfico também foi aprovado com base em informações que não eram totalmente verdadeiras… mas que tal decisão também foi boa para o País, porque permitiu dar mais projecção internacional a algum ou alguns dos signatários.
Se a moda pega, não virá longe o tempo em que nos será imposto um novo acordo para tornar obrigatória a escrita ultra simplificada das mensagens de SMS, tão utilizada já pelas camadas mais jovens.
Obrigado Vasco Graça Moura! Está a prestar mais um bom serviço em defesa da nossa Língua.
Com os melhores cumprimentos,
José Honorato Ferreira
Vasco Graça Moura veio chamar atenção para um acto de legitimidade duvidosa que parece ir ser praticado sobre a língua portuguesa.
No seu artigo de opinião, na edição do DN de 21 de Novembro corrente, o autor demonstra claramente que a apregoada unidade linguística não passa de mais uma habilidade com que nos têm brindado diferentes responsáveis políticos.
Convirá recordar que foi o mesmo governo que tomou a tão discutível decisão sobre apoio à intervenção militar no Iraque, com base em informações agora reconhecidas como erradas, que, em 26 Maio de 2004, em Fortaleza, numa reunião de Ministros da Educação da CPLP, definiu que o polémico Acordo Ortográfico de 1990 poderia entrar em vigor com o depósito dos instrumentos de ratificação por apenas três dos oito países signatários! Foi um acto premonitório do simplex… aplicado à diplomacia.
Qualquer dia vamos ter de ouvir que, de facto, o acordo ortográfico também foi aprovado com base em informações que não eram totalmente verdadeiras… mas que tal decisão também foi boa para o País, porque permitiu dar mais projecção internacional a algum ou alguns dos signatários.
Se a moda pega, não virá longe o tempo em que nos será imposto um novo acordo para tornar obrigatória a escrita ultra simplificada das mensagens de SMS, tão utilizada já pelas camadas mais jovens.
Obrigado Vasco Graça Moura! Está a prestar mais um bom serviço em defesa da nossa Língua.
Com os melhores cumprimentos,
José Honorato Ferreira
Carta que nos foi enviada por um leitor. Para consulta ao artigo de Vasco Graça Moura que lhe deu origem ver link: http://dn.sapo.pt/2007/11/21/opiniao/o_desacordo.html
6 comentários:
Muito bem. De acordo. A chacina linguística a que a exclusiva rúbrica de 3 signatários deseja levar por diante tem de ser denunciada.
Cumprimentos
A. Hespanha
Tal como disse na mensagem anterior sobre mais uma "perola" do nosso governo, diria aqui, que se trata de um remake do que já nos vão habituando infelizmente.
Lucas Andrade
(Leiria)
Concordo plenamente com o Amigo Lucas Andrade. Este "remake" já faz lembrar as versões intermináveis do Rocky que ao que me lembro chegou a VI. Popem-nos por favor.
Cumprimentos
Henrique de Jesus
(Portimão)
Hoje, no DN (pág. 8), há uma carta de uma cidadã britânica que se interroga sobre a razão porque temos de inventar mais um acordo ortográfico.
Refere e bem que no universo anglófono há várias formas de escrever e de falar e não é por isso que se tem de se adaptar o «inglês de Inglaterra» ao inglês falado no resto do mundo.
Quando nós queremos ser originais foge-nos quase sempre o pé para a asneira!
O Blogger
So me ocorrem as palavras de José Luiz Fiorin, professor de Linguística da USP:
"A língua é uma coisa viva, mutante, que varia de acordo com a província, com os enunciados e com as necessidades dos falantes daquela língua. Não dá para uniformizar a pronúncia, o estilo, a poesia da língua. O que dá para unificar é a grafia, a representação gráfica e é exatamente isso que o acordo propõe.
...
A ortografia não reflete exatamente o que é uma língua. A ortografia é uma convenção, regida por lei, que retrata graficamente as palavras de uma língua. Agora a língua mesmo é bem mais que isso. A gente fala, a gente se expressa, a gente ama, a gente se desespera e a gente mostra o que é em Português. A língua é isso, é essa tradução da identidade do povo. A ortografia é só a representação gráfica disso tudo. E ela não é capaz de refletir com exatidão. A gente fala “di dia”, e a grafia correta é “de dia”. A gente fala “lobu”, e a grafia é “lobo”. Então nem sempre a grafia é a representação mais fiel da língua, fora os sotaques, as entonações, as variações regionais, tudo isso. Uma reforma radical da língua apontaria na direção dessas mudanças. Adaptar a língua escrita à língua falada."
Vera Stein
Brasilia
Um artigo muito interessante. Parabéns
António Pedro
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