Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Petição sobre o Museu dos Coches

Petição on-line "Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!"

Com a projectada transferência do Museu Nacional dos Coches para um novo edifício a construir ao lado, nas Oficinas Gerais de Material do Exercito, bem como a transferência do espólio que constitui o Museu Nacional de Arqueologia, dos Jerónimos, para a Cordoaria Nacional, urge travar de imediato tais propósitos, Assim e sendo algo que é de todos, e para que todos possam exercer o seu direito a dizer NÃO, surgiu uma Petição on-line (link abaixo), que convidamos a que assinem.

Para assinar a petição clique aqui:

http://www.gopetition.com/petitions/salvem-o-museu-dos-coches.html


Exmos. Senhores,

Presidente da República Portuguesa, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

Presidente da Assembleia da Republica, Dr. Jaime Gama

Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa

O Museu Nacional dos Coches sendo de génese monárquica foi com a República que adquiriu o carácter de organização museológica, transformando-se na instituição fundadora da museologia portuguesa, de carácter nacional e com projecção internacional.

O valor artístico do espaço (antigo Picadeiro Real), a raridade da sua colecção (considerada universalmente como a mais notável no seu género, com especial destaque para os três coches monumentais da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI, construídos em Roma em 1716 e únicos no mundo, bem como o raro exemplar de coche de viagem de Filipe II, construído em Espanha – Século XVI- XVII – e um dos modelos de coche mais antigos de que há conhecimento), e o sistema desenvolvido de exposição desta última, correlacionando-a com imagens e pinturas de época, garantiram-lhe a reputação europeia sem precedentes na história dos museus portugueses e na própria evolução da museologia, através de uma orientação estratégica pioneira pautada por princípios europeus modernos, criando um ambiente de exigência e trabalho de que os próprios republicanos se orgulhavam.

O projecto entretanto surgido para a construção de um novo Museu dos Coches pretende esvaziar o actual edifício e transferir a colecção para um novo espaço a construir, onde se erguem agora as Oficinas Gerais de Material de Engenharia, que serão demolidas. Não pondo em causa a qualidade do projecto de arquitectura, estima-se, no entanto, que este projecto terá um custo actual estimado de 31,5 milhões de euros.

Considerando a actual magnitude internacional do Museu Nacional dos Coches, que é o museu mais visitado de Portugal, muito significativamente por estrangeiros a quem não será indiferente a dignidade e o ambiente do espaço actual de notável valor formal e de antiguidade. Note-se que não é por acaso que em São Petersburgo se optou recentemente pela colocação de um espólio similar no antigo picadeiro real;

Considerando que o actual edifício do Museu, por imperativos técnicos e artísticos (vide, pareceres técnicos de finais dos anos 90), está impossibilitado de acolher a Escola Portuguesa de Arte Equestre, temendo-se, portanto, caso avance o projecto de novo museu, a sua subutilização;

Considerando que o projecto do novo museu não afecta somente o Museu Nacional dos Coches, mas antes constitui um verdadeiro 'terramoto' de efeito ricochete na museologia nacional, pois implicará a obrigação de deslocar os serviços do antigo IPA (actual IGESPAR) da arqueologia subaquática, do depósito de arqueologia industrial, para a Cordoaria Nacional e, por esta via, uma eventual transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a mesma Cordoaria, que é Monumento Nacional desde 1996 (DL 2/96, DR 56, de 06-03-1996);

Considerando que a lei obriga a que uma intervenção num Monumento Nacional, como é o caso da Cordoaria Nacional, se fundamente num projecto de conservação e restauro e permita a salvaguarda dos seus valores arquitectónicos e técnicos integrados, não permitindo que se faça uma mera adaptação como parece ser o caso, o que pré-figuraria uma atitude de vandalismo de Estado;

Considerando, portanto, que o projecto em curso se nos afigura completamente desnecessário e impede que as verbas respectivas sejam aplicadas em projectos culturais de verdadeiro interesse público urgente (ex. renovação dos outros museus nacionais sediados em Lisboa, recuperação dos MN em perigo de desclassificação pela UNESCO, qualificação da Cordoaria Nacional, como monumento técnico significativo da actividade marítima portuguesa, etc.);

Os abaixo-assinados requerem a Vossas Excelências uma intervenção rápida no sentido de travar o projecto em curso do novo museu dos coches, garantindo assim a manutenção, nos espaços actuais, do Museu Nacional dos Coches e do Museu Nacional de Arqueologia e a conservação da integridade física e técnica original da Cordoaria, enquanto monumento nacional de interesse internacional.

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Fernando Jorge, Luís Marques da Silva e Renato Grazina

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Precisa-se de matéria prima para construir um País

*Eduardo Prado Coelho - in Público*

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, lips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... *MEDITE*!

*EDUARDO PRADO COELHO*

Sobre este texto, fui contactado pela filha de Eduardo Prado Coelho que nos procurou a propósito da petição sobre o Museu dos Coches e onde teve ocasião de verificar a existência deste artigo atribuído a seu pai e cuja autenticidade nos refere ser falsa.Não obstante nele eu ter tido ocasião de referir que o mesmo foi retirado de um comentário a um texto abaixo e publicado por um anónimo, logo não ser da minha responsabilidade, esclareci num comentário a este texto que o mesmo pertence como original a Ubaldo Ribeiro. Porém, como o texto por mim publicado tem a assinatura de Eduardo Prado Coelho, tal como aparecia no texto por mim copiado, aqui fica a retratação e a reposição da verdade.Para que não subsistam dúvidas segue nota ao Público, de Eduardo Prado Coelho que a 25 Outubro de 2006 teve ocasião de desmentir a autoria do texto.

"Já tinha ouvido falar no assunto, mas não me interessei demasiado. Tive até felicitações por aquele texto de que não era autor. Não me ralei. Não andei à procura em blogues, porque nunca fui dado a tal prática (por motivos muito polémicos que já expus diversas vezes, com grande escândalo das almas mais piedosas). Não tenho nada contra os blogues, mas também nada a favor; é como os vinhos (não bebo, sou incapaz de estender a mão para um copo de álcool que passe à minha frente) ou as corridas de automóveis. Para mim, estas coisas passam-se noutro planeta. Mas o que me impressionou desta vez é que a minha massagista, Natália, uma moldava que é também uma excelente pessoa, veio dizer que tinha havido uma notícia desagradável a meu respeito no Correio da Manhã. E trouxe o venerável periódico. De facto, os títulos da notícia não eram exaltantes: “Professor universitário acusado de plágio” e como frase de entrada: “É acusado de ter copiado e ‘adaptado’ o texto de um escritor brasileiro.” Quanto ao texto propriamente dito, está correcto (é da Márcia Bajouco, que me havia telefonado). E põe os pontos nos iis. Mas tarde de mais. Já há toda uma página embandeirada em títulos sobre o assunto.Parece que João Ubaldo Ribeiro teria escrito um texto sobre a situação brasileira intitulado “Precisa-se de matéria-prima para construir um país”, que começaria deste modo: “A crença geral era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lulanão serve”, e que eu teria adaptado – segundo um blogue que seria “notas.blogs.sapo.pt” – nestes termos: “A crença geral era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão eGuterres. Agora dizemos que Sócrates não serve.” Ora basta perceber o que repetidamente tenho escrito para se poder afirmar que eu acho que Sócrates serve, e muitíssimo bem. Parece que o vocalista dos UHF, António Manuel Ribeiro, até me citou, porque concordava com o que me era atribuído como a minha forma de pensar. Diz ter recebido uma mensagem de correio electrónico que continha o texto assinado por E.P.C. Parece que o texto corre por vários sites. E diz que o texto que eu teria escrito, e não escrevi, teria sido divulgado no PÚBLICO em determinada data. Mas vai-se ao jornal desse dia, e não está lá nada disso. Uma fraude inqualificável. No entanto, alguém a perpetrou, certamente com a convicção de que me poderia fazer mossa. Nem pense, estou-me inteiramente nas tintas para gente desta laia. Mas a minha amiga moldava achava que eu estava triste, certamente amarfanhado pelo peso do plágio. E até o meu casaco verde lhe pareceu cinzento. Mas o que mais uma vez se prova é que a forma relativamente anónima e irresponsável com que se pode escrever em mensagens por telemóvel ou mails permite todas as delinquências que é muito difícil punir devidamente.Estamos no domínio da heteronímia dos pobres mas também dos canalhas. Coisas que, por amizade, enternecem um coração moldavo, mas não o meu."

Eduardo Prado Coelho, professor Universitário, in Público 25 Out. 2006

Jorge Santos Silva

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A propósito do novo Campus da Justiça

Por: Jorge Santos Silva
Agora que o governo pensa centralizar todos os edificios da justiça na Expo, o que por si só até não seria de todo má ideia devido à enorme descentralização agora existente, levanta-se uma duvida. A forma de pagamento. O Estado decidiu-se pelo arrendamento por 900,000,00€ mês, decisão que está a ser altamente contestada pelos custos envolvidos.

O arrendamento daquele espaço arruinará por completo o paroco orçamento judicial. É que caso os nossos amigos que pensam que a venda do patrimonio da justiça dará para pagar este arrendamento, desenganem-se pois feitas as contas apenas pagará 3 anos e 1 mês. Após isso serão gastos 900 mil euros por mês o que prefaz 10.800.000,00 € por ano e ao final de dez anos terá custado em arrendamento a módica quantia de 108 milhões de euros.

Parece-me um pouco desajustado para a época extremamente dificil que atravessamos.

E mais. Sabem o que se faz com 100 milhões, palavras do próprio Primeiro Ministro na apresentação do programa “Equipamentos Sociais nas Áreas Metropolitanas”?

Nada mais do que 75 novas creches representando 3850 novos lugares para as crianças até aos três anos e mais 760 salas para o sistema pré-escolar, mais de 20 mil crianças, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Claro que estes 108 m € são em dez anos. Agora multipliquem pelas gerações futuras e vejam o disparate de verba encontrada. Nao esquecer que todos os anos em arrendamento serão 10,800,000.00€ por ano.

Mais uma vez afirmo não ser contra a centralização mas sim contra a forma de pagamento. Aqui está uma prova de má gestão de dinheiros públicos onde a empreitada saíria muito menos onerosa ás gerações futuras. Mas o que interessa é apresentar obra. Daqui a dez anos quem lá estiver que se lixe (perdoem termo).
Como disse o Professor Medina Carreira e que subscrevo, “Isto é uma fantochada sem nome. Tudo isto é aparência. Não temos políticos com conteúdo. Parecem daquelas santolas em que há uma época que só têm casca e não têm conteúdo. Isto é uma santola que há-de ir andando até que alguma coisa lhe quebre a casca.”

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A saída do Museu Nacional de Arqueologia dos Jerónimos

As negociação entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Cultura para a ampliação do Museu de Marinha para o espaço onde se encontra actualmente o Museu Nacional de Arqueologia parecem-me de todo apropriadas.

O Museu de Arqueologia, em minha opinião, não faz sentido num espaço que celebra os descobrimentos como é o complexo dos Jerónimos. Seria muito mais interessante na realidade aí instalar todo o acervo da marinha e dos descobrimentos. Já outra coisa é saber-se onde colocar o espolio do Museu de Arqueologia. Definitivamente a Cordoaria não será o local ideal. Mas pelo que conheço do director do Museu de Arqueologia, o Prof. Dr. Luis raposo, que por sinal foi meu professor na cadeira de Pré Historia, não dará isto de barato.

O que me parece certo é que seja qual for o espaço, este terá de albergar uma vastíssima colecção, muita por expor, sendo que o actual espaço não tem capacidade de expansão a menos que se retirasse de lá o Museu da Marinha o que não é sensato.

Faça-se o que se fizer respeite-se aquele que é um dos maiores e mais importantes acervos museológicos portugueses bem como o meritíssimo trabalho do Dr Leite de Vasconcelos, seu fundador em 1893 e seu primeiro director.
Jorge Santos Silva