Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Largo do Rato - Agradecimentos

Na impossibilidade de agradecer a todos os que nos têm cumprimentado por esta vitória aqui ficam os agradecimentos públicos, não só pelos cumprimentos, mas também pelo empenho de milhares de cidadãos.
É ainda uma meia vitória mas muito importante. A cidadania imperou e sem este movimento de protesto nada seria possivel. Obrigado assim a todos os que assinaram a petição, aos que a divulgaram incansavelmente pelos seus amigos e, muito em especial, ao Cidadania Lisboa pelo apoio.
Os agradecimentos não estariam completos se os não fizesse à comunicação social que se portou exemplarmente na cobertura desta iniciativa.Muito mais há a fazer. Setembro é já ali e a força de muitas mais assinaturas será decisiva.
Jorge Santos Silva/ Arq. Luis Marques da Silva

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Crimes Urbanisticos - Escola-Oficina nº 1



Mais uma memória da História da cidade e, pelas suas características do país, está preste a apagar-se, desta vez com a destruição da Escola Oficina nº 1, no Largo da Graça nº 58, para ceder o lugar a um alto edifício a alinhar com o do lado.
A importância da edificação, mais do que pelo seu valor arquitectónico, prende-se com o seu simbolismo e história.
Trata-se então de uma construção de 1877, levada a cabo pela Sociedade Promotora de Creches, em projecto cedido gratuitamente pelo arq. Domingos Parente e aprovado pelo então Presidente da Câmara Rosa Araújo, tendo passado por isso a designar-se de Creche de Santa Eulália, em homenagem à mãe do edil.
A este projecto esteve intimamente ligada a Maçonaria portuguesa onde deixou marcas profundas, seja pelos métodos de avaliação, experimentação ou co-educação, onde não era utilizado o sistema de tradicional de livro único, mas o que melhor se adaptasse para o trabalho do dia experiência esta que não sobreviveu ao Estado Novo.
Após um período em que funcionou noutro local, regressa ás primitivas instalações em 1906, onde virá a adquirir enorme projecção nacional e internacional em matéria de ensino, adoptando um projecto por muitos considerado avançado para o seu tempo, baseado numa escolaridade laica, gratuita e obrigatória.
Será na “nº1” que surgirá a primeira experiência associativa de estudantes com a denominada associação escolar “Solidariedade” inteiramente gerida pelos alunos.
Estes são alguns dos factos que por si só merecem um repensar da situação.
Como dizia um morador da zona em site consultado para este efeito, "o soalho range, as salas estão frias e nuas, mas ainda se sente a alegria e a algazarra dos miúdos nos tempos de escola."
É pena que se persista em apagar a memória viva, deixando para a história a função de recordar o que um dia a vontade de um homem criou e outro destruiu.

sexta-feira, 18 de julho de 2008


Triste destino o da Casa dos Bicos que, mandada erigir por Brás de Albuquerque, filho do conquistador de Ormuz e Vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque em 1523, apresenta ser um exemplar único da arquitectura renascentista de inspiração italiana em Lisboa.

Triste sorte acabar cedida a interesses cuja história em que se viu envolvida sempre desdenhou! José Saramago, prémio Nobel da Literatura de 1998 e agora senhor da Casa dos Bicos, numa entrevista publicada no "Diário de Notícias" defendia, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender "os brios" dos portugueses. E mais: o escritor, que reside há anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, "com dez milhões de habitantes", teria "tudo a ganhar em desenvolvimento" se houvesse uma "integração territorial, administrativa e estrutural" com Espanha. Portugal tornar-se ia assim, sugere Saramago, mais uma província de Espanha: "Já temos (já temos é expressão do autor) a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos agora Portugal".

A esta afronta se a resposta à data por parte do governo português foi frouxa e tardia, Saramago foi grosseiro e mal agradecido, exibindo um livre pensamento carregado de ressentimentos. Se Saramago tivesse atacado a independência de Espanha, se acaso Espanha fosse a sua pátria, qual pensam que teria sido a resposta da sociedade espanhola e do seu governo central?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

76 anos sobre a morte d'el-rei D. Manuel II

Hoje, dia 2 de julho passam 76 anos sobre o falecimento de S.M. el-rei D. Manuel II. Morre neste dia de 1932, por asfixia e com apenas 43 anos de idade, o tregéssimo-sexto e último Rei de Portugal, 16 anos volvidos desde a implantação da República.

No dia 2 de Agosto o cortejo funebre chegado de Inglaterra (do exilio), é recebido com honras de chefe de estado pelo governo de Salazar.

O que diziam os jornais do dia:

«Lisboa assistiu ao fineral do último monarca português.

Vai longe o tempo dos grandes enterros reais com coches doirados, com militares de grande gala, com ministros e embaixadores das nações estrangeiras e com criados de vistosas librés. Toda a grandeza e imponência dessas cerimónias acabou quando morreu a monarquia. O enterro do Sr D. Manuel de Bragança teve solenidade, teve tristeza, mas também teve um rigido protocolo que talvez lhe diminuisse a imponência»

Esta foi a parte pró-republica e que provavelmente o jornalista teve de pôr, a seguir vem a descrição, mais real.

«Pelas ruas por onde passou o funebre cortejo a multidão apinhava-se contra os muros das casas, comprimida sobre os passeios e contida pela tropa. Veio gente dos quatro cantos do País para assistir à cerimónia. Durante a manhã, a população encaminhou-se para as ruas do trajecto, os homens de gravata preta, as mulheres de vestidos negros. O ambiente não era de curiosidade. Pairava um ar de tristeza colectiva e em certas caras adivinhava-se um não sei quê de saudade acrabunhante. Nos olhos dos velhos brilharam lágrimas que não havia pressa de enxugar nem vergonha de deixar correr.
No final da cerimónia o povo foi prestar a derradeira homenagem ao seu último Rei.
Durante horas sucessivas milhares e milhares de pessoas entraram no templo, contornaram a eça e sairam ,com a mesma atitude com que entraram: tristes e silenciosos.
Houve que alargar o tempo prescrito para a saudação popular(…)»

«Agora resta a saudade, recordação próxima. Amanhã será o esquecimento que é afinal no que acaba sempre tudo».
Era desta forma emocionada que o jornalista há 76 anos atrás descrevia as exéquias de D. Manuel II, deixando transparecer nas suas palavras que, passados 16 anos desde o golpe que o havia deposto, o povo respeitava como nunca a monarquia e os seus representantes.