Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Vinicius de Morais

A todos os que me seguem dedico esta frase do grande Vinicius:

"Eu poderia suportar, embora nao sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A Alguns deles nao procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condiçao encoraja-me a seguir em frente pela vida! Mas é delicioso que saibam que os adoro, embora nao o declare e nao os procure sempre".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Terreiro do Paço - Sobre notícia do Público de 26.07.09

Recebido por e-mail sobre noticia publicada abaixo.
Jorge,

Acabo de ler no PÚBLICO um artigo sobre o Terreiro do Paço, subscrito por ti e outros colaboradores do blog CIDADANIA.LX.

Estou completamente de acordo convosco, tão só pela simples razão de que são sérios nos argumentos e apontam as tropelias que se pretende realizar numa das mais belas praças da Europa.

Basta consultar um bom dicionário, como o “Grande Dicionário da Língua Portuguesa”, de José Pedro Machado, Sociedade da Língua Portuguesa, Amigos do Livro Editores, 1981, e ver a seguinte entrada:

· Restaurar – Recuperar, restabelecer em bom estado, colocar na sua primeira posição, reintegrar, elevar no seu antigo esplendor, reparar, consertar, pôr em bom estado.

Será preciso mais, para percebermos o que deve ser feito no Terreiro do Paço?

Não está em causa, nem deverá estar, refazer ou adaptar a Praça aos padrões do século XXI. Estamos perante um monumento nacional, construído no século XVIII, integrado no conjunto da reconstrução de uma capital arrasada por um terramoto, que foi classificado como sendo digno de figurar como Património da Humanidade.

Não precisamos de inovações! Basta recuperar a dignidade inicial, limpando, pintando, refazendo cantarias degradadas e recuperar danos causados ao longo dos anos, por incúria ou ignorância. Os registos gráficos existentes permitem, seguramente, recuperar a traça original.

Deixem-se, pois, de habilidades e “rodriguinhos” tontos, só para dar visibilidade a artistas actuais que, se forem bons, poderão dar largas às suas qualidades noutras zonas da cidade. Até poderão ganhar prémios com obras originais…

Respeitem o Património e os cidadãos, que deverão lutar por legar às gerações futuras as obras históricas do passado. Exijam que os órgãos do Estado, incluindo os órgãos de soberania, se pronunciem sobre estes casos. Os monumentos nacionais não deverão ser danificados com a cumplicidade do Estado.

Abraços

José Honorato Ferreira

Ainda e agora o Terreiro do Paço

Jornal Público de 26.07.09

Por: Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Pedro Gomes e Fernando Jorge

Relatorio final da AR sobre a petição "Salvem o Largo do Rato"




A propósito da petição apoiada por este Fórum e de que fui 1º subscritor, denominada "Salvem o Largo do Rato", cujo objectivo visava impedir o avanço da construção de um edifício para ali projectado, petição essa entregue à Assembleia da Republica, foi agora objecto de despacho por aquele órgão de soberania que, não obstante não poder analisar o conteúdo da mesma uma vez que não é nela pedida nenhuma apreciação sobre a constitucionalidade da lei, revela no entanto que, solicitada informação à CML, a Proposta nº 1035/2008 de 6 de Novembro do gabinete do vereador Manuel Salgado e em que era solicitado o deferimento do pedido de licenciamento para a referida obra, a mesma, informa a AR, viria a ser rejeitada conforme acta de reunião nº 65 de 12 de Novembro com 6 votos a favor do PS e 11 votos contra, de toda a oposição, recomendando assim o arquivamento da petição.

Jorge Santos Silva, Luis Marques da Silva e Paulo Ferrero

domingo, 19 de julho de 2009

Petição - Salvem o Lusitano Clube de Alfama

Por favor assinem e divulguem o mais possivel. Vamos criar um elo de comunicação e salvar esta secular Associação recreativa da cidade de Lisboa.

Ler e assinar aqui:

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Imagem do dia

Viagem por Portugal

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?- Deserta, magnífica, sem trânsito?- É, é sempre assim.- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim. Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a> auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa. - Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das> low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
E dito isto ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para> viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguem!