Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O caso Lisboagate (?)

O Expresso desta semana destaca que o problema da atribuição de casas na CML não começa nem acaba com Santana Lopes. Tem uma dimensão monstruosa. Abrange um universo de mais de 3200 fogos, com rendas médias de 35 €, num processo que dura há mais de 30 anos.

Segundo o Expresso, “não há, nem nunca houve, regulamento para a concessão das referidas casas. Qualquer pessoa pode oferecer-se para arrendar as casas e existem formulários internos na CML para preenchimento de propostas de funcionários. O critério para a escolha dos inquilinos fica entregue ao poder discricionário do vereador da habitação.”Ou seja, as referidas habitações têm sido atribuídas a pessoas com maiores necessidades, mas também (como em todo o lado quando não existem critérios) a dirigentes
e funcionários da câmara, jornalistas, artistas, amigos …

Eis apenas alguns exemplos de beneficiários presentes e passados do referido esquema: Ana Sara Brito, actual vereadora do PS; um actual director de um departamento camarário; um membro da equipa de Marcos Perestrello (actual n.º 2 da CML); o motorista de Santana Lopes, a secretária de Amália Rodrigues, o escritor Baptista Bastos. Estes são apenas alguns exemplos que já vieram a público. Para agravar a situação, a discricionariedade na atribuição de casas da CML era um modelo conhecido por toda a gente. Os pedidos para atribuição no referido regime (a famílias carenciadas, é certo) já tiveram origem em instituições tão diversas como a Presidência da República ou a Procuradoria-geral da República, ou em personalidades como Maria Barroso, Manuela Eanes ou Margarida Sousa Uva.

Como se não bastasse, o problema existe há mais de 30 anos, desde Aquilino Ribeiro Machado, primeiro presidente da CML em democracia. Subsistiu até hoje passando pelos mandatos de Cruz Abecassis, Jorge Sampaio, João Soares, Santana Lopes e Carmona Rodrigues. Um esquema com barbas. "Todos me pediram casas" afirma Helena Lopes da Costa, ex-vereadora da habitação de Santana Lopes e actualmente arguida neste processo. Trata-se de uma situação que já havia sido denunciada por Maria José Nogueira Pinto que lhe sucedeu no pelouro ao afirmar ao Público de 21 de Setembro de 2008 e cito: A oferta municipal de habitação em Lisboa “está viciada”, disse ao PÚBLICO Maria José Nogueira Pinto. A ex-vereadora confirmou que detectou casos anómalos, que remeteu, para decisão, para o então presidente Carmona Rodrigues. Recordou que tentou levar a câmara a aprovar um pacote de critérios rigorosos para a atribuição do chamado património disperso. Segundo ela, este não devia ser distribuído a pedido, mas sim funcionar como “uma bolsa afecta a políticas públicas da habitação”. “Mas foi tudo por água abaixo”, desabafou.

Em torno deste caso que surgiu esta semana, ouve-se um silêncio ensurdecedor por parte dos diversos partidos. Estranho, não é? Porque será? Ah pois é... PS, PSD, PCP e CDS passaram pelo Executivo camarário nos últimos 30 anos. O Lisboagate é algo que não convém a ninguém.Agora é Sá Fernandes a afirmar que “nem pensar em Ana Sara Brito vereadora do PS no actual executivo camarário e beneficiaria de idêntico tratamento se demitir, justificando que "foi uma coisa entre a vereadora e o engenheiro Abecassis, com um contrato de arrendamento, com critérios da altura". Que cordeirinho que nós estamos amigo Zé.

É obvio que o facto da vereadora se encontrar em funções leva a que todo o executivo da câmara, o directamente eleito e/ou posteriormente coligado, opte por considerar tais situações como naturalíssimas (?), caso que se fosse efectuado por uma qualquer oposição, o que seria...


Isto já não se trata de uma "lisboagate" nem se quer é Gate nenhuma. É um hábito que se institucionalizou: o de passar a perna, fazer de nós parvos. Daí meus senhores que, como diria o Eça "Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo".
Por:
Jorge Santos Silva

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Salvem o Largo do Rato - Entrega da Petição à Assembleia da República

Foi entregue por nós, na Assembleia da República, a petição que decorre na internet denominada "Salvem o Largo do Rato".

Foi um passo muito importante este, o de sermos recebidos pelo chefe de gabinete de Sua Excelência o Sr. Presidente da Assembleia da República que, mostrando a sua solidariedade para com a causa por nós abraçada, também referiu o seu contentamento pela acção civica assim demonstrada.Partindo de um puro acto de cidadania, conforme por nós referido na altura a Sua Ex.cia e independente de quaisquer intenções politicas, partidárias ou económicas, esta forma de protesto contra a descaracterização de uma das mais emblemáticas zonas de Lisboa, é comungada por quase cinco mil cidadãos que assinaram já a petição.

Em nosso entender e na sequência da conversa ali tida, o que melhor se adequa ao espaço em causa é um jardim, projecto já pensado na altura em que Jorge Sampaio era detentor da gestão do município da capital. A esta solução, poderia ser acrescentada, para ser debatida em conjunto, a ideia da cedência aos promotores, de um espaço camarário, nomeadamente o do mercado do Rato,na R. Alexandre Herculano, que contivesse em si próprio, capacidade construtiva, mas que não comprometesse aquela zona da cidade, desfigurando-a definitivamente.

Conjuntamente com a petição foi também entregue uma carta, solicitando á Assembleia da República que legisle, no sentido de prever a figura do crime urbanistíco e que introduza também legislação específica, no sentido da preservação e protecção da traça arquitectónica, bem como a manutenção do equilíbrio urbanístico das zonas consolidadas das cidades portuguesas, a começar pela sua capital.

Luís Marques da Silva

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O aumento da criminalidade

De acordo com o Publico o número de imigrantes diminuiu pela primeira vez em Portugal em 5 anos, segundo dados de 2007 fornecidos pelos Serviços de Estrangeiro e Fronteiras.
Esta tendência é sentida sobretudo devido à falta de empregos disponíveis.

Depois de se ter sentido como nunca a entrada de imigrantes, Portugal foi na última década refugio para todo o tipo de pessoas. Os que contribuíram para a economia do país e, hoje por cá estão perfeitamente integrados, tantas vezes já com famílias constituídas e os que, ou por quebra de oferta de trabalho tantas vezes precário devido à sua situação irregular, ou por marginalidade antecedente, são lançados para as malhas do crime.

O certo é que o crime violento não pára de aumentar, com recurso cada vez mais a técnicas de malvadez pouco habituais entre nós. O tiro à queima-roupa sem pestanejar para roubar uma carteira já não é estranho por cá.

È curioso ver agora o Ministro da Administração Interna sobre tudo isto culpar outros órgãos de soberania pela sua própria inabilidade politica. Não que não a tenha tecnicamente. O senhor ao que sei não caiu lá por acaso. Algum mérito terá. Ou anda mal secundado e lhe escondem informações ou algo de errado se passa naquele gabinete do Terreiro do Paço para que nada se faça com acerto.

Seria interessante e não vejo nisso qualquer xenofobia, vir a publico o número de cidadãos estrangeiros que nos últimos anos atentaram contra o património e a segurança deste pacato canto que não sabia a não ser dos filmes o que era esta violência diária.

Do resultado obvio dessa informação volta-se a questionar o que andam a fazer os nossos políticos, únicos responsáveis pela actual situação, que não fazem barrar junto do Serviços de Estrangeiro e Fronteiras aqueles que não demonstrem condições de trabalho nos países de origem para evitar os falsos vistos de turista, ou cartas de trabalho devidamente apreciadas antes da entrada de tudo o que de pior há. Seguramente que a criminalidade, principalmente a violenta diminuía.
Jorge Santos Silva

Selecção Foto - Coração, como se fosse um fruto - Ana Franco


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Morreu Irena Sendler, a heroína polaca que salvou 2500 crianças do Gueto de Varsóvia

Aos 98 anos de idade morreu Irena Sendler, a heroína polaca que salvou 2500 crianças do Gueto de Varsóvia, de serem encaminhadas para campos de concentração nazi, informou a sua família.
Sendler foi considerada como uma das grandes heroínas da resistência polaca ao regime nazi, tendo estado nomeada para o Prémio Nobel da Paz.

A filha de Irena Sendler, Janina Zgrzembska, anunciou hoje que a sua mãe morreu num hospital de Varsóvia.

Sendler organizou a saída de cerca de 2500 crianças do Gueto de Varsóvia durante a violenta ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial.

Sendler (que trabalhava como assistente social) e a sua equipa de 20 colaboradores salvaram as crianças entre Outubro de 1940 e Abril de 1943, quando os nazis deitaram fogo ao Gueto, matando os seus ocupantes ou mandando-os para os campos de concentração.

Durante dois anos e meio, Irena Sendler conseguiu ludibriar os nazis e fazer sair do Gueto adolescentes, crianças e bebés - muitos deles disfarçados sob a forma de pacotes - e enviá-los para o seio de famílias católicas, para orfanatos, conventos ou fábricas. Em Varsóvia viviam 400 mil dos 3,5 milhões de judeus que habitavam a Polónia. "Fui educada na ideia de que é preciso salvar qualquer pessoa, sem ter em conta a sua religião ou notoriedade", dizia Irena Sendler.

Nascida a 15 de Fevereiro de 1910, a figura de Irena Sendler permaneceu relativamente desconhecida na Polónia, à imagem de Oskar Schindler, que morreu na pobreza, mas que viria a ser imortalizado no cinema pelo realizador Steven Spielberg na película "A Lista de Schindler".

Só em Março de 2007 a polaca foi homenageada de forma solene no seu país, tendo o seu nome sido proposto para o Prémio Nobel da Paz. Em 1965, porém, o memorial israelita Yad Vashem tinha já atribuído a Sendler o título de "Justo Entre as Nações", reservado aos não-judeus que salvaram judeus.
Este Blog deixa-lhe aqui as devidas homenagens.

Seleção Foto - Magnetismo - Por Anna Cláudia Speck

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ARTIGO DE NUNO MARKL PARA OS TRINTÕES

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer.
'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo?
A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore!
E pior, nunca caiu de uma. É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...

Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.

Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)