Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

As OGME que o Governo quer destruir por causa do Novo Museu dos Coches

Exemplar de Arquitectura Industrial (séc.XIX-Séc.XX), já raro em Lisboa (uma vez que Alcântara foi dizimada pela própria CML no que toca ao património arqueológico industrial) as antigas instalações das Oficinas Gerais de Material de Engenharia são hoje ocupadas por serviços do Instituto Português de Arqueologia, contando não só com um valiosíssimo espólio de peças adquirido pelo Estado (em vias de ser 'distribuído' por várias unidades museológicas do país), como uma vasta biblioteca sem destino traçado.

A pressa em demolir estes pavilhões do princípio do séc.XX é tanta que os atropelos são muitos. Por exemplo, esquece-se o Governo, esquece-se a CML das recomendações ao tempo do protocolo celebrado entre o Ministério da Defesa e a Sec. Estado da Cultura, em 1997, quando se pretendia levar os coches para as OGME (e não se falava de demolição!), recomendações essas em prol da conservação dos pavilhões pela sua valia em termos de arqueologia industrial.

Esquecem-se do equilíbrio urbanístico que o edifício projectado para o novo museu dos coches implicará na zona, em termos estéticos, volumétricos e tráfego. Em termos de violação do perímetro de protecção do Palácio de Belém. Esquecem-se que a Casa de Bragança muito dificilmente abdicará da sua colecção de coches em Vila Viçosa. Esquecem-se que há inúmeros pareceres técnicos que inviabilizam a instalação do picadeiro real no espaço do actual Museu dos Coches e que, portanto, este belíssimo e histórico local se arrisca a servir de salão de festas e banquetes oficiais. Esquecem-se que, no presente momento, em São Petersburgo se está a colocar a colecção de coches no antigo picadeiro real e em Lisboa quer-se fazer exactamente o contrário: colocar coches em salões brancos, esterilizados, mais próprios de Brasília do que de uma zona como Belém.

Vem aí o Novo Museu dos Coches. Exprima-se! Não fique quedo e mudo quando lhe destroem o pouco património existente! Visite as OGME:

http://www.youtube.com/watch?v=ahSS9Vt2qU0

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Carta aberta a Portugal

A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, o nosso muito obrigado!

Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.
De acordo com os especialistas – e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível – Portugal está mergulhado numa profunda crise.
Ao que parece, 2009 vaiser mesmo complicado.
O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeirado Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, em consequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos.
No entanto,segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.
A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise.
Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta, mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério!
Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço.
2009 só assusta esses medricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2% como nós, não está preocupado.
É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal osportugueses.
A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora sim, somos o povo da Europa mais bem preparado para fazer face às dificuldades.
Bem hajam!

sábado, 17 de janeiro de 2009

A Baixa - Praça da Figueira e outras considerações

Esta Praça não existia antes do terramoto de 1755 e foi desenhada nos terrenos anteriormente ocupados pelo Hospital de Todos os Santos cuja frente dava para o Rossio tendo ficado devastado com o sismo. Inicialmente concebida como praça tradicional (venda de frutas e hortaliças) ao ar livre, chamava-se então Horta do Hospital. Mudou de nome para Praça das Ervas, Praça Nova e, finalmente, para Praça da Figueira. Por finais do séc. XIX apresentava o aspecto que a imagem documenta. A meio do século passado (1949) o edifício foi demolido e hoje a Praça funciona como palco da homenagem de Lisboa a D. João I, adquirindo o glamour que caracterizava as idas à baixa.Porém foi de pouca dura. Este nobre sítio é hoje dos mais desprezados da cidade. Mal frequentado, casa de mendigos e sem abrigo, permanentemente transformado em lixeira, e zona de prostituição.De há muito desapareceu o tal glamour a fazer lembrar mais as suas origens gémeas de praça de tráfico negreiro, com a diferença que hoje tudo lá se trafica. É um problema recorrente nas três praças mais emblemáticas da Baixa, em que a autarquia não sabe como ou não quer por cobro. Há proibições que devem ser feitas e transformar por exemplo as arcadas do Terreiro do Paço ou a escadaria do Dª Maria em dormitório de mendigos, é uma delas.

Jorge Santos Silva