Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Macário Correia e a violência na Ilha de Tavira

Por do sol na Ilha de Tavira. Foto em chlampa. blogspot.com

A Ilha de Tavira de há uns meses a esta parte tem os bares fechados a partir das 21 horas por ordem de Macário Correia, Presidente da Câmara. Claro está que, por falta de alternativa, os jovens que normalmente frequentavam os espaços de diversão e que eles próprios garantiam com a sua presença a segurança ao local, são agora obrigados à pratica do "botellón", que consiste na compra de bebidas de teor alcoólico em supermercados e cafés para depois os consumir em grupo e ao ar livre ou ainda à compra ilegal na praia. É frequente o amanhecer revelar imagens de vandalismo inaceitáveis, mas porque será que tal só passou a ser prática depois dessa peregrina ordem?

O referido autarca, solicitou ao ministro da Administração Interna legislação para impedir o consumo de bebidas alcoólicas ao ar livre a partir de determinadas horas. Culpa os jovens espanhóis uma vez que os nossos vizinhos já adoptaram uma lei similar à que o autarca gostaria de ver aplicada, o que faz no verão a Ilha de Tavira assistir a verdadeiras rumarias de praticantes do “botellón” vindos de Espanha.

Questiono se, por mero acaso e sem a concordância de ningúem, não tivesse Macário Correia dado ordem de encerramento dos bares de praia a partir das 21h (antes tinham licença até ás 2:00h), se tal situação aconteceria? Creio bem que não. Nunca tal situação aconteceu até esta data pelo que, senhor presidente, em vez de estar a solicitar leis a seu gosto que prejudicaria o comércio de terceiros, veja-se o que seria o Bairro Alto em Lisboa, onde os espaços exíguos levam toda a rapaziada a beber saudavelmente os seus “copos” no meio da rua, a ver essa liberdade tolhida por uma lei que aliás é bem a sua cara e Lisboa não se esqueceu disso.

Reflicta um pouco, reconsidere a hora de encerramento dos bares e seja jovem uma vez na vida, mesmo que fora de tempo e evitará muitos aborrecimentos por aí.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mais um assalto violento


A verdadeira onda de criminalidade violenta que tem assolado o país nos últimos anos é verdadeiramente preocupante. Para este acostumado cantinho de brandos costumes, esta passou a ser uma realidade de que todos já nos demos conta, todos menos os nossos responsáveis políticos. O mesmo Rui Pereira que ontem na sua qualidade de ministro da Administração Interna afirmava palavras de valentia e profissionalismo brioso ás forças de segurança que resolviam através dos GOE da PSP o assalto à agencia do BES em Campolide, dizia à um ano em atrás em discurso de grande pompa, que a criminalidade violenta e grave havia diminuido 10,5% em relação ao ano anterior.

Com assaltos deliberadamente violentos, onde se mata para roubar meia dúzia de euros dos bolsos de um gasolineiro, a assaltos bancários como os que se têm assistido, de tudo se vê. Desde gangues juvenis a grupos organizados de imigrantes (ilegais espero), de tudo tem acontecido neste outrora pacato país, sob o olhar sonolento e inoperante da tutela que continua a entender que não há razões para medidas excepcionais já que de acordo com as estatísticas (sempre as estatísticas), só os assaltos por esticão aumentaram. Ou o senhor ministro não pesca nada disto (o que me parece obvio), ou está a gozar connosco (também uma forte hipótese).

As célebres estatísticas publicadas pelo Eurostat referem-se aos anos de 2004 a 2006. Pois é. Mas quantas mortes e roubos houveram em 2007 e nos primeiros meses de 2008? Estarão a gozar connosco ou seremos todos parvos? Não estará na hora de apertar as fronteiras? Ver quem tem meios de subsistência e investigar as moradas dadas para permanência onde se aglomeram dezenas de imigrantes em apartamentos exíguos? Se na visita turística que efectuei à Venezuela me foi pedido extracto bancário do país de origem e documento profissional a garantir que tinha cá trabalho e quanto auferia, porque não fazemos o mesmo e teimamos em deixar entrar tudo?

Salvo óbvias excepções está claro, qualquer dia é seguríssimo ir passar férias ao Brasil (que adoro), já que os ladrões estão cá todos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Convento de Nª Sª da Conceição de Arroios - Hospital de Arroios


Localização: Rua Quirino da Fonseca, Praça do Chile, Avenida Almirante Reis
Freguesia: São Jorge de Arroios
Construção: Séc. XVII e XVIII
Quem hoje veja a fachada do antigo Hospital de Arroios virada à Praça do Chile, janelas escancaradas, um ar de abandono total, imagina que se está apenas à espera que caia (e se calhar não andará longe da verdade), para daí construir algum bloco de apartamentos. Não imaginará sequer que o imóvel possa ter valor patrimonial importantíssimo. Dele muitos de nós apenas guarda ou uma imagem de passagem, de fachadas austeras, ou a recordação dos momentos de espera passados no Serviço de Luta Anti Tuberculose que tantos de nós, estudantes, ali iam fazer as micros (radiografias) de apresentação obrigatória nas inscrições liceais.

Na última década, o hospital tem estado fechado e sem qualquer uso e o perigo iminente a que o convento e igreja que se avistam na rua Quirino da Fonseca - a zona mais nobre do imóvel - e que fazia parte do antigo colégio conventual da Companhia de Jesus, é preocupante. Construído em 1705, com financiamento de D. Catarina de Bragança, o convento de Arroios funcionou até 1755 como colégio de formação dos jesuítas, missionários no Oriente. Resistente ao terramoto de 1755, o convento não resistiu, porém, às ordens do Marquês de Pombal, que em 1756 expulsou os jesuítas e o mandou ocupar pelas freiras Concepcionistas Franciscanas.

Em 1890, o convento ficou devoluto e o Estado tomou conta do imóvel, que foi transformado num hospital. O antigo espaço conventual sofreu então alterações: o aumento de um piso no seu corpo principal e outros acrescentos feitos nos anos 40/50 do século XX.

Ao longo destes últimos anos, de lá desapareceram painéis de azulejos da primeira metade do século XVIII que revestiam a entrada do convento e vandalizados foram também os bancos de lioz encastrados nas paredes.

Urge pois deitar mão deste património enquanto aguarda pelo desfecho que o conduzirá a um qualquer condomínio. Com alguma sorte (mas só com isso) a parte conventual resistirá à espera.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

JN - "Gigante" do Largo do Rato sem licença


Por Ricardo Paz Barroso - Jornal de Notícias de 2008-07-30

A Câmara aprovou em 2005 um projecto de arquitectura para o centro de Lisboa, mas ontem chumbou o pedido de licenciamento. O imbróglio pode originar uma pesada indemnização. Os contestatários ao projecto clamam vitória.

"Eu não assino o cheque da indemnização", alertou ontem António Costa. O presidente da autarquia referiu-se assim às eventuais consequências que o chumbo da proposta de licenciamento de construção de um prédio de grandes dimensões no Largo do Rato - da autoria dos arquitectos Frederico Valsassina e Aires Mateus -, poderá trazer para o município, um projecto que tem sido muita contestado, correndo até uma petição "online", já com mais de 3.500 assinaturas.

Costa tentou assim travar as intenções manifestadas pela oposição camarária na reunião pública de Câmara, que culminaram na reprovação do licenciamento. Apenas o PS votou a favor, embora alguns dos seus vereadores, como Ana Sara Brito, estejam contra a construção do prédio na esquina das ruas de Alexandre Herculano e do Salitre, fronteiro ao Largo do Rato. Até António Costa admitiu não saber "que decisão tomaria sobre o projecto". Mas o autarca justificou o voto favorável dos socialistas recorrendo à doutrina de que o seu Executivo "não vai colocar em causa as decisões anteriores, a não ser por nulidade do processo".

É que o projecto de arquitectura deste prédio foi aprovado em 2005, no mandato de Santana Lopes (PSD), com despacho assinado pela então vereadora social democrata Eduarda Napoleão. Ou seja, o edifício está aprovado pela Câmara desde 2005, mas esta, três anos depois, não autoriza a sua construção, o que poderá levantar questões de direitos adquiridos do promotor da construção, a Aldiniz.

É este o "cheque" que Costa diz não querer pagar, já que uma sindicância feita por este Executivo socialista não detectou qualquer incumprimento legal que torne o processo nulo.
Desconfortável é a posição do PSD. Foi este partido que aprovou o projecto em 2005, mas ontem, através da vereadora Margarida Saavedra, o PSD mostrou-se totalmente contra "esta excrescência, um edifício desaquado e insuportável para aquela zona".

Já Helena Roseta, do Movimento Cidadãos por Lisboa, bateu-se pela anulação do despacho devido a incumprimento legal.

Quanto ao promotor da petição, Jorge Santos Silva, clama vitória e revelou ao JN que "pretende-se agora uma discussão pública sobre o projecto", sugerindo como alternativa que o projecto ocupe o espaço devoluto do Mercado do Rato, "cuja área é similar à pretendida e com a vantagem de ser um terreno camarário".