Salvem O Museu dos Coches Petição

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Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

76 anos sobre a morte d'el-rei D. Manuel II

Hoje, dia 2 de julho passam 76 anos sobre o falecimento de S.M. el-rei D. Manuel II. Morre neste dia de 1932, por asfixia e com apenas 43 anos de idade, o tregéssimo-sexto e último Rei de Portugal, 16 anos volvidos desde a implantação da República.

No dia 2 de Agosto o cortejo funebre chegado de Inglaterra (do exilio), é recebido com honras de chefe de estado pelo governo de Salazar.

O que diziam os jornais do dia:

«Lisboa assistiu ao fineral do último monarca português.

Vai longe o tempo dos grandes enterros reais com coches doirados, com militares de grande gala, com ministros e embaixadores das nações estrangeiras e com criados de vistosas librés. Toda a grandeza e imponência dessas cerimónias acabou quando morreu a monarquia. O enterro do Sr D. Manuel de Bragança teve solenidade, teve tristeza, mas também teve um rigido protocolo que talvez lhe diminuisse a imponência»

Esta foi a parte pró-republica e que provavelmente o jornalista teve de pôr, a seguir vem a descrição, mais real.

«Pelas ruas por onde passou o funebre cortejo a multidão apinhava-se contra os muros das casas, comprimida sobre os passeios e contida pela tropa. Veio gente dos quatro cantos do País para assistir à cerimónia. Durante a manhã, a população encaminhou-se para as ruas do trajecto, os homens de gravata preta, as mulheres de vestidos negros. O ambiente não era de curiosidade. Pairava um ar de tristeza colectiva e em certas caras adivinhava-se um não sei quê de saudade acrabunhante. Nos olhos dos velhos brilharam lágrimas que não havia pressa de enxugar nem vergonha de deixar correr.
No final da cerimónia o povo foi prestar a derradeira homenagem ao seu último Rei.
Durante horas sucessivas milhares e milhares de pessoas entraram no templo, contornaram a eça e sairam ,com a mesma atitude com que entraram: tristes e silenciosos.
Houve que alargar o tempo prescrito para a saudação popular(…)»

«Agora resta a saudade, recordação próxima. Amanhã será o esquecimento que é afinal no que acaba sempre tudo».
Era desta forma emocionada que o jornalista há 76 anos atrás descrevia as exéquias de D. Manuel II, deixando transparecer nas suas palavras que, passados 16 anos desde o golpe que o havia deposto, o povo respeitava como nunca a monarquia e os seus representantes.


3 comentários:

Arq. Luís Marques da silva disse...

São nestas ocasiões de expontaneidade, não fabricadas pela propaganda dos regimes, que se demonstra quais os verdadeiros e naturais sentimentos do povo.
Por mais que alguns queiram, apagar da memória colectiva estes actos de amor pelos representantes da instituição monárquica, tal não será nunca possível, como não é possível destruir o sentimento de amor de um filho por um pai...

Anónimo disse...

Olá Jorge!

Fico satisfeito por ver que prestas justa homenagem à memória do Senhor D. Manuel II.

Tenho muito orgulho por ter estado na base das comemorações oficiais do Centenário do Nascimento do Rei, em 1989, a partir de uma informação submetida ao então Primeiro-Ministro.

Conseguiu-se que se efectuasse uma exposição de alguns dos sue livros antigos na Biblioteca Nacional, os Correios emitiram um Postal com um retrato do Monarca e houve uma missa solene em S. Vicente de Fora, mandada celebrar pela Fundação da Casa de Bragança, entre outros actos promovidos pela Fundação.

Ainda foi sugerido que fosse dado o seu nome a uma rua, eventualmente próxima da Biblioteca Nacional, mas não foi acolhida a ideia.

Enfim, pode ser que daqui a uns anos se possa homenagear uma vez mais a memória de um Homem digno que sempre soube honrar o seu País.

A propósito, será que os que vociferaram e impedira a presença de elementos das Forças militares e do Colégio Militar na cerimónia evocativa do centenário do Regicídio, no Terreiro do Paço, em Fevereiro passado, não fizeram nada perante a presença de elementos da Cavalaria da GNR a escoltarem a carruagem que conduziu a Duquesa de Cadaval e seu marido no dia do casamento me Évora?

Abraço tio

Lesma Morta disse...

Grande tio.

A presença da GNR no real enlace e não nas celebrações do regicídio, não significa mais do que a indigna condição a que a republica pós revolucionária nos votou. A este propósito realço a frase "São inúmeros na História, os exemplos de grandes homens que exilados por infelicidades políticas, chegaram a amaldiçoar a Pátria que os baniu mas, aqueles que como o Senhor D. Manuel II, foram expulsos, sem culpa, da sua Pátria e, apesar disso, continuaram a amá-la e a prestar-lhes serviços, são ainda maiores do que os grandes”.

Proferida por Salazar no Funeral do Rei.