Este arco está situado na Rua do Cais de Santarém, ao lado do número 66 e dá acesso à Rua de S. João da Praça. Encosta-se ao velho palácio que foi dos condes de Cauculim, com faixas dos Mascarenhas que aínda ostenta o seu escudo armado. É um documento vivo da Lisboa sarracena.
Das primitivas doze portas da cerca moura esta é a única que se manteve até aos nossos dias, embora alterada. Mas sabemos que esta era uma porta da cidade do tempo da cerca moura. Daí a sua classificação como Monumento Nacional, pelo que merecia melhor tratamento do que o que aquele que a foto documenta.
Supõe-se que esta passagem foi utilizada pelos Cruzados quando auxiliaram D. Afonso Henriques, por altura da tomada de Lisboa em 1147. Após ter assumido várias denominações, tais como Porta do Mar (a S. João), Postigo Gil Eanes da Silva, Postigo do Conde de Linhares, adoptou a designação de Arco de Jesus, que se manteve inalterada desde 1588 provavelmente devido a um painel com a imagem do Menino Jesus que exibia na sua abóbada até 1627.
As portas da cidade antiga interrompem ainda hoje a linha de edifícios que constitui o Campo da Cebolas. Todo o conjunto materializa ainda a presença das antigas muralhas que ficavam à beira do porto. De referir que Alfama significava isso mesmo na Lisboa islâmica "à beira do porto".
Jorge Santos Silva
Supõe-se que esta passagem foi utilizada pelos Cruzados quando auxiliaram D. Afonso Henriques, por altura da tomada de Lisboa em 1147. Após ter assumido várias denominações, tais como Porta do Mar (a S. João), Postigo Gil Eanes da Silva, Postigo do Conde de Linhares, adoptou a designação de Arco de Jesus, que se manteve inalterada desde 1588 provavelmente devido a um painel com a imagem do Menino Jesus que exibia na sua abóbada até 1627.
As portas da cidade antiga interrompem ainda hoje a linha de edifícios que constitui o Campo da Cebolas. Todo o conjunto materializa ainda a presença das antigas muralhas que ficavam à beira do porto. De referir que Alfama significava isso mesmo na Lisboa islâmica "à beira do porto".
Jorge Santos Silva
5 comentários:
Caro Jorge
agradeço e retribuo a visita ao meu blog; também aqui encontro muitos motivos de interesse e um bom amigo comum (Com senso).
Voltarei.
Abraço.
E como eu conheço este arco e quantas vezes lá passei...
E não sabia a sua história!
Obrigado Jorge!
Abraço grande
Boa informação sobre o Arco de Jesus. Só quero fazer uma pequena observação. A palavra ALFAMA significa "fonte quente", "água quente", "termas". E na verdade ali existem várias nascentes de águas quentes entre o Chafariz d'El-Rei e o ISPA, cujas águas presentemente são drenadas para o Tejo por estarem inquinadas. Onde está a loja chinesa eram as Termas do Duque de Cadaval. Onde é o Millenium eram as Termas de D.Clara. Logo ao lado eram os Banhos do Baptista. Onde é o restaurante O Patrono eram os Banhos do Doutor. Etc. etc. Existe um trabalho sobre este tema publicado pela Empresa Águas de Lisboa
Como sabe não existe consenso acerca da origem e do significado da palavra, no entanto é geralmente aceite que tenha a sua origem no termo árabe al-hamma, que significa geralmente fonte quente. Alfama acabava no mar e numa enorme praia que rodeava Lisboa. Aliás, no século XIX um conjunto de nascentes localizadas na zona de Alfama foram qualificadas como "águas minero-medicinais" pela então inspecção de águas. As águas destas nascentes, entretanto totalmente abandonadas e seladas, chegaram a ser aproveitadas em vários balneários públicos que serviram durante décadas a população da cidade de Lisboa e arredores, fundamentalmente as pessoas de parcos recursos.
Porém, outros há quem a definem (ár al-Hama) como 1 Asilo, refúgio. 2 Bairro de judeus. Logo aqui começam as duvidas na origem do nome. Outros ainda, entendem o nome como referindo-se à proximidade do mar mas, uma pesquisa mais atenta sobre a origem do nome após a sua chamada de atenção, levou-me até Alhambra, Granada cuja origem etimológica é a mesma o que reduz as possibilidades para basicamente a que me apresentou pelo que doravante a começarei a tomar por certa. Obrigado pela participação. E boa tarde
Jorge Santos Silva
Antes de mais nada deixe-me dar-lhe os parabéns pelo seu blogue. Em segundo lugar quero dizer que a minha ideia ao inserir estes comentários tem apenas como finalidade despertar o interesse por estes assuntos às pessoas que nos lêem (independentemente de estarem ou não de acordo). E foi precisamente o que aconteceu comigo ao ler o seu comentário. Como desconhecia a etimologia da palavra alhambra tratei de ir ver o assunto e fiquei a saber que quer dizer "vermelho". Quando nos estamos a referir ao palácio de Granada quer dizer "palácio vermelho" (e é bem verdade). Quanto ao caso de Alfama, os balneários continuam a existir e a funcionar para as pessoas com menos recursos. Neste momento existe um em S.João da Praça, outro em S.Miguel e outro em St.º Estevão. O que foi encerrado (e os interiores destruídos) foram os tais estabelecimentos termais que se destinavam ao tratamento de certas doenças e eram sobretudo frequentados pele aristocracia. A nossa raínha D.Maria I chegou a ter aposentos sobre a metade poente das arcadas do topo norte do Terreiro do Paço para se poder deslocar diàriamente com mais facilidade às Termas do Duque do Cadaval (onde é agora a loja chinesa). A razão de eu saber estas coisas é porque frequento quase diàriamente Alfama (fado vadio e comer bem em certas tasquinhas...)
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