Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Crimes Urbanisticos - Escola-Oficina nº 1



Mais uma memória da História da cidade e, pelas suas características do país, está preste a apagar-se, desta vez com a destruição da Escola Oficina nº 1, no Largo da Graça nº 58, para ceder o lugar a um alto edifício a alinhar com o do lado.
A importância da edificação, mais do que pelo seu valor arquitectónico, prende-se com o seu simbolismo e história.
Trata-se então de uma construção de 1877, levada a cabo pela Sociedade Promotora de Creches, em projecto cedido gratuitamente pelo arq. Domingos Parente e aprovado pelo então Presidente da Câmara Rosa Araújo, tendo passado por isso a designar-se de Creche de Santa Eulália, em homenagem à mãe do edil.
A este projecto esteve intimamente ligada a Maçonaria portuguesa onde deixou marcas profundas, seja pelos métodos de avaliação, experimentação ou co-educação, onde não era utilizado o sistema de tradicional de livro único, mas o que melhor se adaptasse para o trabalho do dia experiência esta que não sobreviveu ao Estado Novo.
Após um período em que funcionou noutro local, regressa ás primitivas instalações em 1906, onde virá a adquirir enorme projecção nacional e internacional em matéria de ensino, adoptando um projecto por muitos considerado avançado para o seu tempo, baseado numa escolaridade laica, gratuita e obrigatória.
Será na “nº1” que surgirá a primeira experiência associativa de estudantes com a denominada associação escolar “Solidariedade” inteiramente gerida pelos alunos.
Estes são alguns dos factos que por si só merecem um repensar da situação.
Como dizia um morador da zona em site consultado para este efeito, "o soalho range, as salas estão frias e nuas, mas ainda se sente a alegria e a algazarra dos miúdos nos tempos de escola."
É pena que se persista em apagar a memória viva, deixando para a história a função de recordar o que um dia a vontade de um homem criou e outro destruiu.

2 comentários:

com senso disse...

Não conhecia esta situação e fico-lhe grato por a divulgar.
Concordo consigo nas suas observações!
O grande problema desta e doutras cidades de Portugal é que os nossos autarcas não conhecem nem amam a sua cidade.
Este é um bom exemplo de puro desprezo pela história de Lisboa.

Lesma Morta disse...

Concordo plenamente. É do mais puro desprezo pela história e pelos cidadãos.