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Se há uns anos, quando comecei a ter consciência dos problemas desta cidade que me viu nascer, a arquitectura já demonstrava danos irreparáveis, hoje infelizmente não esta melhor.
Continuo a não entender esta politica de ordenamento da cidade, onde os poderes políticos se revezam e onde todos têm responsabilidades.
Cada partido político que se candidata à cidade de Lisboa apresenta-se sempre como o salvador da mesma. O facto é que ganhando ou não, depois das eleições todos ocupam os seus lugares, acomodam-se e nada fazem.
Será assim tão difícil entender que o modelo de desenvolvimento americano tão preconizado nos anos 80 não se aplica numa cidade europeia como a nossa!...
Quase três décadas passados ainda não percebemos que tínhamos uma das capitais mais bonitas da Europa, que a destruímos e insistimos em assassina-la todos os dias um pouco mais!
Haverá o dia em que acordaremos e a cidade será um local onde só haverá edifícios com formas estranhas aos gritos, de vidros espelhados de valor estético discutível.
Interrogo-me porque não aproveitamos o nosso constante atraso e o convertemos em vantagem e aprendemos com os erros dos outros.
Porque não vêm o óbvio! ...
Infelizmente chego à conclusão que tem mais a ver com uma questão de egoísmo, falta de cidadania, interesses pessoais e comerciais.
Só pode!… porque não há com certeza tanta gente asna a querer delapidar o nosso património…
Vejam-se o caso dos edifícios da Av. da Liberdade, da Av. da Republica, das Avenidas Novas, todo um património do séc. XIX e inícios do séc. XX totalmente destruído. A cada dia que passa, como lisboeta me dói mais ver a ignorância de quem aprova esta chacina.
Que as gerações vindouras os saibam perdoar. Eu honestamente tenho dificuldade.
Pedro Ramos e Ramos