Salvem O Museu dos Coches Petição

Salvem O Museu dos Coches Petição
Petição: Salvem os Museus Nacionais dos Coches e de Arqueologia e o Monumento da Cordoaria Nacional!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Museu da Música e Museu da Viagem - Carta aberta à Srª Ministra da Cultura

Exma. Senhora Ministra da Cultura

Dra. Gabriela Canavilhas


Tendo vindo recentemente a público a intenção de V.Exa. em dar início aos procedimentos conducentes ao desenvolvimento de um projecto museológico de raiz, denominado “Museu da Viagem”, e, de igual modo, ao desejo em reinstalar o Museu da Música em local que não numa estação de metropolitano, vimos pelo presente regozijar-nos com ambos os desideratos, e apresentar duas propostas relativamente aos mesmos:



Museu da Música


Desde há anos que temos vindo a alertar quem de direito para a necessidade de haver um projecto de reabilitação para o antigo, emparedado e esquecido Teatro Tália, sito junto ao Jardim Zoológico (http://cidadanialx.tripod.com/talia.html).


O Teatro Tália é Imóvel de Interesse Público desde 1974, pertence ao Estado (Presidência do Conselho de Ministros) e está afecto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) desde há mais de uma década.


Ao que sabemos, o único “projecto” apresentado oportunamente pelo MCTES ao MC, o de instalação naquele espaço do arquivo morto daquele ministério, foi liminarmente recusado, e bem. Como tal, qualquer projecto que se pretenda desenvolver para o Teatro Tália terá que ser compatível com o seu valor histórico e simbólico, e com a sua envolvente.


Julgamos que a instalação do Museu da Música no Teatro Tália (ainda que a solução ideal fosse, obviamente, a desocupação do Palácio do Conde de Farrobo pelo MCTES e a instalação do museu nesse palácio, complementada pela reabilitação do Tália enquanto anfiteatro) será uma excelente solução para a colecção do actual museu, para o antigo teatro e para a cidade, e que além de não implicar verbas tão avultadas quanto a construção de raiz de um novo edifício, terá a vantagem de recuperar um belo e valioso património.


Por isso, apelamos a V.Exa. para que equacione a possibilidade de negociar a cedência daquele conjunto com o MCTES para que ali possa ser instalado o acervo museológico hoje exposto na Estação de Metro do Alto dos Moinhos, e demais instrumentos ainda existentes em armazém, por via de projecto adequado de recuperação do antigo Teatro Tália.


Museu da Viagem


A ideia da criação de um Museu da Viagem dedicado não só às Descobertas como à diáspora lusitana, tendo por base uma viagem “virtual” à semelhança do que era exposto no Pavilhão de Portugal aquando da Expo’98, parece-nos boa e oportuna, uma vez que se trata de uma temática que, sendo transversal a muitas áreas da nossa museologia, é quase sempre entendida como subliminar, quando não incapaz de per si ser objecto de um projecto de museu nacional.


Assim, como contributo para o enriquecimento do debate sobre o futuro do edifício da Cordoaria Nacional (e do Museu Nacional de Arqueologia), e uma vez que o não desvirtuamento físico da Cordoaria Nacional enquanto Monumento Nacional tem sido também uma das nossas causas desde há anos, somos a propor que o “Museu da Viagem” seja desenvolvido na Cordoaria e não em edifício a construir de raiz. Isto porque:


- Apesar de quase devoluta e subaproveitada enquanto espaço museológico de índole industrial, a Cordoaria merece ser respeitada e objecto de um projecto de arquitectura que lhe devolva dignidade e possibilite a sua visita de forma cabal e integrada;

- Um programa arquitectónico de um "museu da viagem" será menos intrusivo do que o de um museu de arqueologia;

- O facto da Cordoaria estar sobre leito de cheia (Rio Seco) será menos gravoso no caso de um museu assente num programa virtual, do que num museu com tesouros arqueológicos físicos de valor incalculável;

- Finalmente, porque a existir um edifício cuja história se confunde com as Descobertas e com as viagens ele é a Cordoaria Nacional, pelo simples facto de que era ali que se fabricavam os cordames para os barcos.


Na expectativa de que estas propostas sejam bem aceites por V.Exa., subscrevemo-nos com elevada estima e consideração.



Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Marques da Silva, Jorge Santos Silva, João Chambers, José Arnaud, Diogo Moura, Cátia Mourão, Luís Serpa, Pedro Formozinho Sanchez, Virgílio Marques, António Branco Almeida, Jorge Pinto, João Leonardo, Beatriz Empis, Carlos Moura, Maria Helena Barreiros, Luís Rêgo e Carlos Matos

domingo, 25 de abril de 2010

Memórias do Portugal Respeitado

Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.Estoril, 18 de Abril de 2010- Luis Soares de Oliveira
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Terça-feira, 20 de Abril de 2010-MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO-Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Estoril, 18 de Abril de 2010- Luis Soares de Oliveira..

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Não há limites para a trapalhada

Segundo o governo português o grão-ducado do Luxemburgo passou a ser uma república. Não há de facto limites para a trapalhada

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Terreiro do Paço - "Cartas de Marear", não, por favor, Sr. Presidente da CML!


Exmo. Senhor Presidente da CML,

Dr. António Costa


Passado o fervor eleitoral e renovada que foi a Presidência de V.Exa., vimos solicitar-lhe que repense o projecto em curso para o Terreiro do Paço, designadamente quanto à presença nos passeios laterais dos desenhos alusivos, segundo o autor do projecto, às cartas de marear do tempo das Descobertas.

Parece-nos um erro insistir-se neste último e despropositado pormenor da polémica, e um tremendo equívoco a sua defesa tendo em conta que o Terreiro do Paço e a sua imagética pouco ou nada terão que ver com os Descobrimentos, já que aquele foi concebido numa perspectiva Iluminista, de afirmação do Marquês e do país na Europa.

Solicitamos, por isso, a V.Exa., Sr. Presidente, que a CML não deixe de fazer ver aos autores do projecto a necessidade de se retirar do desenho final semelhante enfeite, sob pena de uma intervenção que se pretende sóbria, consensual e perene, se eternize como polémica e, por isso mesmo, susceptível de ser revista a médio ou longo prazo, com os inevitáveis custos para a cidade e para o erário público.


Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.



Fórum Cidadania Lx


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Miguel Atanásio Carvalho, António Branco Almeida, Nuno Santos Silva, Diogo Moura, Luís Serpa, Pedro Janarra, Luís Marques da Silva, José Morais Arnaud, Vasco Nobre, , António Sérgio Rosa de Carvalho, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Nuno Caiado, Filomena Torres e Fernando Jorge
Exmo. Senhor Presidente da CML,
Dr. António Costa


Passado o fervor eleitoral e renovada que foi a Presidência de V.Exa., vimos solicitar-lhe que repense o projecto em curso para o Terreiro do Paço, designadamente quanto à presença nos passeios laterais dos desenhos alusivos, segundo o autor do projecto, às cartas de marear do tempo das Descobertas.

Parece-nos um erro insistir-se neste último e despropositado pormenor da polémica, e um tremendo equívoco a sua defesa tendo em conta que o Terreiro do Paço e a sua imagética pouco ou nada terão que ver com os Descobrimentos, já que aquele foi concebido numa perspectiva Iluminista, de afirmação do Marquês e do país na Europa.

Solicitamos, por isso, a V.Exa., Sr. Presidente, que a CML não deixe de fazer ver aos autores do projecto a necessidade de se retirar do desenho final semelhante enfeite, sob pena de uma intervenção que se pretende sóbria, consensual e perene, se eternize como polémica e, por isso mesmo, susceptível de ser revista a médio ou longo prazo, com os inevitáveis custos para a cidade e para o erário público.


Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.
Fórum Cidadania Lx


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Miguel Atanásio Carvalho, António Branco Almeida, Nuno Santos Silva, Diogo Moura, Luís Serpa, Pedro Janarra, Luís Marques da Silva, José Morais Arnaud, Vasco Nobre, , António Sérgio Rosa de Carvalho, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Nuno Caiado, Filomena Torres e Fernando Jorge

terça-feira, 13 de outubro de 2009

S.O.S. Sé de Lisboa vítima de vandalismo de Estado






Nas fotos acima poderá verificar-se a dimensão dos blocos retirados da parede e substituídos por "forras" de pedra com 1,5cm de espessura, bujardadas a pico fino com borda.


Exmo. Senhor Ministro da Cultura
Dr. José Pinto Ribeiro

C.c Director-Regional de LVT
C.c. Presidente do IGESPAR
C.c. Presidente da CML
C.c. Presidente da AML
C.c. Presidente da Junta de Freguesia da Sé


Vimos por este meio apresentar a V.Exa. o nosso protesto veemente por uma situação que consideramos grave e escandalosa, seriamente lesiva de um Monumento Nacional, e que pré-figura mais uma acção de vandalismo de Estado, uma vez que, ao que apurámos, é da exclusiva e inteira responsabilidade da Direcção-Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo e, portanto, desse Ministério.

Trata-se de uma intervenção de "restauro" que está a ser feita na pedra antiga junto ao portão Norte da Sé de Lisboa, sendo que anexamos fotos e breve descritivo em
http://cidadanialx.blogspot.com/2009/10/obras-de-restauro-na-se-de-lisboa.html#comments .

Antes deste protesto, consultámos o IGESPAR que nos garantiu desconhecer a situação, e a própria DRC-LVT que nos pediu que denunciássemos o caso para o seu próprio endereço de email, o que já fizemos, naturalmente.

A menos que se trate de uma intervenção justificável e reversível a breve trecho, consideramos que este episódio é sintomático sobre o estado de coisas relativamente ao património arquitectónico do país, e do entendimento que dele fazem os poderes públicos.

Já não bastava o efeito da poluição e o vandalismo anónimo que continuamente atentam contra o nosso património, para que sejam agora os próprios responsáveis pela conservação dos Monumentos Nacionais a adulterá-los.

Finalmente, e em jeito de rodapé, não podemos deixar de dar conta da nossa preocupação em relação a um projecto de intervenção profunda na mesma Sé, projecto esse a ser elaborado neste momento pelos serviços da mesma DRC-LVT, o qual, à semelhança do Terreiro do Paço, se prepara para ser anunciado à população como um facto consumado. É preciso que este projecto seja divulgado quanto antes!


Melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva, Nuno Caiado, António Branco Almeida, Pedro Gomes, António Sérgio Rosa de Carvalho e Jorge Santos Silva

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AUTÁRQUICAS: SANTANA ACUSA COSTA DE TER LICENCIADO OBRAS ILEGALMENTE

por LICÍNIO LIMA
Hoje in "DN"

Câmara furou plano director municipal graças ao Governo que rectificou uma lei à medida de Lisboa, acusou candidato do PSD.
Pedro Santana Lopes acusou ontem o executivo de António Costa de durante dois anos ter licenciado obras de forma ilegal em zonas consolidadas da cidade, graças ao Governo de Sócrates que "rectificou um decreto-lei à medida do município". Para o candidato laranja à autarquia lisboeta, que ontem reuniu com jornalistas num hotel, o concelho tem sido governado em "estado de excepção, de mistificação e manipulação".
O "estado de excepção" tem a ver com um a "estranha" rectificação ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT)- decreto-lei n.º 316 de 22 de Setembro de 2007. Segundo Santana, dois meses após a publicação deste diploma, o Governo mandou fazer uma rectificação de acordo com as necessidades de António Costa. Assim, no n.º 2 do artigo 85.º, lia-se que "na ausência dos índices, parâmetros e indicadores de natureza supletiva (...) para as áreas sujeitas à elaboração de plano de urbanização ou de plano de pormenor (...) são aplicáveis às operações urbanísticas a realizar em zona urbana consolidada (...) os índices, parâmetros e indicadores de referência".Ora, segundo Santana, com esta norma era impossível licenciar obras nas zonas consolidadas da capital uma vez que os índices, parâmetros e indicadores já existiam. À luz desta norma, para licenciar seria necessária alterar o plano de pormenor o que, segundo ele, demoraria pelo menos dez anos.
Em Novembro de 2007, quatro meses após Costa ter tomado posse, explicou o líder da candidatura "Lisboa com sentido", o governo mandou "rectificar" o decreto-lei. Assim, em vez de "na ausência de índices...", passou a ler-se: "Não obstante a existência de índices...". Ora, desta forma "já foi possível licenciar sem ter de se alterar os planos de pormenor", explicou Santana. Só que esta rectificação alterou "substancialmente o conteúdo do diploma". Por isso, acrescentou, "teria que ser publicado um novo decreto-lei e não uma rectificação, sendo que esta apenas serve para corrigir gralhas e não regras" especificou.
De facto, o Governo detectou "a anomalia legal". Em Agosto último, dois anos depois, fez então publicar um novo decreto-lei com aquela alteração. Para Santana, durante dois anos a Câmara de Lisboa licenciou de forma ilegal prédios de habitação, hotéis e outros imóveis em zonas consolidadas. Mesmo com o novo decreto-lei de Agosto último, defendeu, a ilegalidade não desaparece. "A lei não tem efeitos retroactivos", lembrou.
Mas isto é apenas o estado de excepção. "Porque houve também "muita mistificação e manipulação" , disse.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Santana Lopes convida 15 blogs para conferência no Martinho da Arcada


Santana Lopes sugere um museu pombalino na Baixa


Por Diogo Cavaleiro

O candidato do PSD quer dar "vida" ao Parque Mayer e devolver o "sossego" ao Terreiro do Paço


Para Pedro Santana Lopes, as obras na Praça do Comércio, a cargo da Frente Tejo, são "inaceitáveis". O candidato social-democrata à Câmara Municipal de Lisboa pediu "serenidade" para a zona, naquele que foi um encontro com vários bloggers, realizado ontem ao fim da tarde no café Martinho da Arcada.
Na conferência, Santana interrogou-se como serão tomadas decisões caso a lista socialista seja eleita para a autarquia, referindo-se ao facto de esta englobar candidatos com diferentes ideias, algumas delas tornadas públicas, sobre assuntos da capital.
"Nenhum lisboeta sabe ao certo o que a sociedade Frente Tejo planeia", respondeu Santana Lopes a uma questão lançada por João Campos, do blogue Jardim dos Micróbios, um dos 16 bloggers que se encontravam no BlogTúlia. Para a Praça do Comércio, o candidato do PSD disse que uma unidade museológica, como por exemplo um museu sobre a obra de marquês de Pombal, era essencial para levar para a área um novo pólo de atractividade, ao mesmo tempo que adiantou que tem de haver um parqueamento em altura na Baixa, pois defende que há pessoas que não a visitam por problemas de estacionamento.
A pergunta sobre que posição tomará Santana Lopes se for eleito face ao contrato do terminal de contentores de Alcântara foi colocada por Margarida Lopes, do blogue PsicoLaranja, e a resposta foi que a temática não iria ficar "nem adormecida nem esquecida". Seguiu-se um ataque àquele que diz ter sido um modo "infeliz" de tratamento do assunto e ao facto de, de acordo com o que entende, a câmara ter sido "conivente com o projecto".
Foi com este assunto que o candidato do PSD se referiu à ideia de que a lista socialista tem várias pessoas que já mostraram alguma objecção a decisões autárquicas, dando o exemplo de Helena Roseta se mostrar contra a ampliação do terminal e também aos desentendimentos políticos entre a líder dos Cidadãos por Lisboa e o vereador Manuel Salgado.
A temática de Alcântara foi ainda aproveitada pelo antigo presidente da autarquia para afirmar que lhe fazia "confusão" que houvesse quem temesse a entrada de carros em Lisboa, na altura da construção do túnel do Marquês, e que agora não mostrava preocupação com a entrada de camiões para o terminal, referindo-se ao vereador José Sá Fernandes.
Jorge Santos Silva, do Fórum CidadaniaLx, levantou o tema da terceira travessia do Tejo, em que o social-democrata disse "ser preferível outra localização", defendendo a não-aposta na componente rodoviária, embora salientando que não quer ter uma "atitude de hostilidade radical" relativamente à autoridade central.
Já sobre a divisão territorial das freguesias no município, Pedro Santana Lopes admitiu que "não faz sentido nenhum manter-se aquela que existe", dizendo que os próximos quatro anos, se for eleito, são suficientes para o fazer.
O Blogtúlia serviu ainda para Santana Lopes se mostrar reticente a uma candidatura portuguesa, e de Lisboa, à realização de Jogos Olímpicos nas próximas décadas.


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O Fórum Cidadania Lx, representado por 2 dos seus membros(número máximo de acordo com as regras), esteve presente nas pessoas de Jorge Santos Silva e António Branco de Almeida. À questão por nós colocada sobre a preservação do património edificado de finais do séc. XIX, princípios do XX até Modernismo (Chiado, zona Avenida Liberdade, Avenidas Novas, etc.), tem sido uma batalha do Fórum Cidadania Lx, designadamente na luta contra demolição de interiores, aumento das cérceas (os célebres 2 andares para receita da CML), esventramento dos logradouros, etc. PSL vai permitir a continuação da "reabilitação" em vez do restauro? (ex. Palacete Saldanha/Helena Rubinstein, Edifícios defronte à maternidade Alfredo da Costa, edif. Avenida República, Elias Garcia, Campo Grande, Av. 5 Out., Pinheiro Chagas, António Cândido, Duque de Loulé, Rosa Araújo, Duque de Palmela, Cinema Odéon, claro).
Santana Lopes afirmou-se claramente contra este tipo de intervenções e ao longo do debate, em resposta a outras questões, frisou sempre a necessidade de restaurar e recuperar em detrimento de fazer construção nova. Se há casos em que não choca por ex. o alinhamento das cérceas, como seja para alinhar um determinado quarteirão, o facto é que cada caso é um caso afirmou.
A segunda questão partiu do outro membro deste fórum e prendeu-se com a terceira travessia do Tejo, e que questionava o candidato que, se defende no seu programa uma travessia rodoviária em túnel no eixo Algés-Trafaria e como nós Cidadania Lx achamos que o impacto paisagístico e sistema de vistas da TTT, Chelas-Barreiro, mesmo que só ferroviário é tão importante, que trazer mais carros, construção de acessos etc. com tudo o que isso implica, porque não defende uma TTT ferroviária em túnel, se a engenharia é a mesma, se poupa na especulação imobiliária dos terrenos previstos para pilares, nós e acessos, e com efeitos mais benéficos para Lisboa.
Santana Lopes disse que o assunto não está encerrado afirmando de fonte segura saber que o novo aeroporto vai ser deslocado por razões de interesses latifundiários pelo que a ponte, a ser só ferroviária, uma vez que não vê necessidade de outra rodoviária para já embora não a exclua, pode ser no eixo Chela-Barreioro, como Beato-Montijo. A construir uma nova ponte rodoviária entende ser mais útil fazê-la no eixo Algés-Trafaria com ligação à CRIL.

Em resposta ao Duarte Calvão do blog Corta-Fitas que questionou o candidato se pretendia reapresentar o projecto dos arquitectos Valsassina/Aires Mateus para o Largo do Rato, aprovado no seu mandato e que o Cidadania tanto se bateu e que ganharia um grande adepto no actual vereador Manuel Salgado, que disse em sessão de Câmara que ele (projecto) iria “melhorar” o Largo do Rato, enquanto António Costa se ficou pelos direitos adquiridos dos investidores. O que é facto é que o projecto foi rejeitado das duas vezes, inclusive com o voto de Sá Fernandes, com votos favoráveis do PS.
Em resposta Santana Lopes afirmou que o projecto lhe tinha merecido alguma reserva e que se houvesse um referendo sobre ele (solução que lhe parece plausível para diversos projectos mais polémicos), votaria “não”. E que é contra esses projectos de “contraste”, porque considera que quem foi eleito para quatro anos não tem o direito de destruir o que permanece há séculos na cidade.


Jorge Santos Silva e António Branco de Almeida

terça-feira, 25 de agosto de 2009


Recebido por e-mail

Obra do arquitecto Tomás taveira na Praça Duque de Saldanha em Lisboa

Se há uns anos, quando comecei a ter consciência dos problemas desta cidade que me viu nascer, a arquitectura já demonstrava danos irreparáveis, hoje infelizmente não esta melhor.

Continuo a não entender esta politica de ordenamento da cidade, onde os poderes políticos se revezam e onde todos têm responsabilidades.

Cada partido político que se candidata à cidade de Lisboa apresenta-se sempre como o salvador da mesma. O facto é que ganhando ou não, depois das eleições todos ocupam os seus lugares, acomodam-se e nada fazem.

Será assim tão difícil entender que o modelo de desenvolvimento americano tão preconizado nos anos 80 não se aplica numa cidade europeia como a nossa!...

Quase três décadas passados ainda não percebemos que tínhamos uma das capitais mais bonitas da Europa, que a destruímos e insistimos em assassina-la todos os dias um pouco mais!

Haverá o dia em que acordaremos e a cidade será um local onde só haverá edifícios com formas estranhas aos gritos, de vidros espelhados de valor estético discutível.
Interrogo-me porque não aproveitamos o nosso constante atraso e o convertemos em vantagem e aprendemos com os erros dos outros.

Porque não vêm o óbvio! ...
Infelizmente chego à conclusão que tem mais a ver com uma questão de egoísmo, falta de cidadania, interesses pessoais e comerciais.
Só pode!… porque não há com certeza tanta gente asna a querer delapidar o nosso património…

Vejam-se o caso dos edifícios da Av. da Liberdade, da Av. da Republica, das Avenidas Novas, todo um património do séc. XIX e inícios do séc. XX totalmente destruído. A cada dia que passa, como lisboeta me dói mais ver a ignorância de quem aprova esta chacina.

Que as gerações vindouras os saibam perdoar. Eu honestamente tenho dificuldade.

Pedro Ramos e Ramos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Comunicado. Publicado pelo blog 31 da Armada

Foto e artigo em http://31daarmada.blogs.sapo.pt/

Daqui posto de comando do Movimento do 31 da Armada:

Durante a madrugada de ontem, e apesar da forte vigilância policial, elementos do 31 da Armada (Darth Vaders) subiram heroicamente até à varanda do Paços do Concelho e hastearam a bandeira azul e branca.

Há 99 anos atrás, no dia 5 de Outubro, um punhado de homens, contra a vontade da maioria dos Portugueses, tinha feito a mesmíssima coisa proclamando assim a república. O resto do país ficou a saber por telegrama.

Hoje, aproveitando as férias de verão e numa inédita acção de guerrilha ideológica, foi restaurada a legitimidade Monárquica. Podem permanecer calmos nas vossas casas: foi restaurada a Monarquia. E o país fica a saber pela internet. A acção foi devidamente filmada e o video será disponibilizado ao final da tarde.

É o contributo do 31 para as comemorações do centenário da república.

sábado, 8 de agosto de 2009

Raúl Solnado faleceu. As nossas homenagens

O pano fechou para Raúl Solnado. Os meus aplausos de pé. Até sempre.

Novo cartão “Viva Viagem Bairros Históricos” coloca comerciantes dos bairros históricos em pé de guerra e deixa moradores apreensivos

Por Jorge Santos Silva

A EMEL, na sua missão de gestão da mobilidade e do estacionamento em Lisboa, está a implementar, conforme políticas definidas pelos Regulamentos, um novo sistema de acesso aos Bairros Históricos – Bairro Alto, Alfama, Santa Catarina/Bica e Castelo – com a introdução do acesso para não residentes através do cartão “Viva Viagem Bairros Históricos”.
Até aqui tudo muito bem, não fosse o caso de tal medida ter posto em verdadeiro pé de guerra os comerciantes locais que, quer de dia e sobretudo de noite se vêm assim impedidos de deslocar a sua viatura para junto do local de trabalho, o que para muitos, nomeadamente as casas de fado que abundam nestes locais, como é o caso por exemplo de Alfama, se torna num enorme inconveniente, ate porque “muitas vezes saímos daqui ás tantas da manhã com o dinheiro todo para depositar no cofre nocturno e sem carro torna-se perigoso”, como afirmou o proprietário de uma conhecida casa de fados em resposta para o Cidadania LX.
E tudo isto porquê. Porque quando a medida foi implementada por decreto, sem ouvir nenhum dos interessados e quando procederam à alteração do tarifário de estacionamento, esqueceram-se pura e simplesmente dos comerciantes ao fixarem as novas regras, senão vejamos:
Os Comerciantes podem, diariamente, aceder nas 24 horas e estacionar (nos lugares permitidos) até 210 minutos, o que é manifestamente insuficiente levando em questão a carga horária laboral e a especificidade horária de muitos dos estabelecimentos locais ao funcionarem à noite como foi dito.
Ora quem tem garagem a EMEL fez gentilmente saber que pode aceder para estacionar na respectiva garagem sem limite de tempo, nas 24 horas do dia, o que constitui de facto uma variante inovadora, que por acaso até nem está prevista nem nada no Código Civil no seu art. 1543º ao estipular a obrigação do Direito de Servidão e Passagem.
Os Visitantes podem aceder das 07h00 às 20h00, de Segunda a Domingo, desde que portadores de um cartão “Viva Viagem Bairros Históricos”, por um período até 5 horas. Os primeiros 30 minutos são gratuitos, aplicando-se ao restante tempo de permanência as tarifas aprovadas em Regulamento* e de acordo com tarifário que abaixo se publica.
Cargas e Descargas. Podem aceder, de Segunda a Sábado, as viaturas que façam comprovadamente operações de cargas e descargas de apoio aos comerciantes e aos residentes, até ao limite de 1 hora por período fixado, podendo a respectiva Junta de Freguesia aprovar acessos temporários por motivos justificados de força maior.
O cartão “Viva Viagem Bairros Históricos” será pois um cartão recarregável e está disponíveis na Loja EMEL e nos Parques da Calçada do Combro e das Portas do Sol. Podem ser obtidos por uma caução inicial de € 25,00 (reembolsável com a devolução do cartão) e carregável com um valor adicional para estacionamento*.
O que leva efectivamente à indignação, principalmente dos comerciantes locais que, embora com promessas de terem um cartão com adaptações à sua realidade mais para o futuro, o facto é que neste momento tem de pagar as taxas que se seguem e que deixo à vossa consideração dos leitores sem mais comentários.

*Tarifas de Estacionamento: até 30 minutos gratuito; 1 hora € 15,00; 2 horas € 30,00;a partir da segunda hora € 30,00 por cada hora.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sabe de onde vêm os bebés? Os alemães sabem...

Nada como um livro infantil alemão para explicar o 'inexplicável mistério' às crianças...



Nada como a subtil objectividade alemã.

A cegonha suicidou-se após a publicação do livro...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Bairro Alto abre até ás 3 ao fim de semana

Por Diogo Cavaleiro, in Público de 2-08-2009

Até nova avaliação, as noites de fim-de-semana no Bairro Alto passam a durar até às 3h

Câmara de Lisboa chegou a novo acordo com os comerciantes, "entregou--lhes" um Guia de Boas Práticas Comerciais e deu luz verde a 15 esplanadas

A O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, congratulou-se ontem com o "diálogo frutuoso" entre a autarquia, Juntas de Freguesia e comerciantes relativamente ao alargamento do horário de funcionamento dos bares do Bairro Alto até às 3h. Em Maio do próximo ano será feita nova avaliação do horário de funcionamento.

"Agora, é fundamental que tudo corra bem", declarou António Costa à Lusa à margem de uma visita aos Terraços do Carmo, que serão demolidos a partir de amanhã, e depois da inauguração dos miradouros da Penha de França (ver texto abaixo), após obras de requalificação.
O autarca explicou que, quando da alteração dos horários de encerramento das 4h para as 2h, ficara estabelecido que no início do Verão haveria "uma avaliação do processo". "A avaliação foi feita, quer com os comerciantes, quer com os moradores e representantes das Juntas de Freguesia e sexta-feira houve um acordo final relativamente ao alargamento do horário nas vésperas de feriado, sextas-feiras e sábados, acompanhado de um reforço da presença policial, da fiscalização e manutenção da ordem pública, e isso é uma condição essencial para que tudo possa funcionar melhor", referiu Costa.

Regozijando-se com o facto de ter sido "um grande ganho fazer isto por acordo", António Costa afirmou que os resultados serão avaliados em Maio do próximo ano, acrescentando que "se tudo correr bem podemos prosseguir, se as coisas não correrem bem teremos de tomar outras medidas".

Questionado sobre se as preocupações dos comerciantes face ao prejuízo financeiro devido à antecipação do horário de encerramento pesaram na decisão da autarquia, António Costa considerou que "ninguém pode ser insensível à conjuntura económica" que o país atravessa: "Este ano tem sido um ano muito duro para toda a actividade económica e não podemos ser insensíveis a isso."

Paralelamente ao novo horário de funcionamento do bairro, a câmara anunciou também, em comunicado, que aquele espaço público terá ainda, em breve, mais 15 esplanadas, "sem prejuízo para os lugares de estacionamento existentes", lê-se na nota camarária, e que será publicado um Guia de Boas Práticas Comerciais, dirigido aos comerciantes.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Vinicius de Morais

A todos os que me seguem dedico esta frase do grande Vinicius:

"Eu poderia suportar, embora nao sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A Alguns deles nao procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condiçao encoraja-me a seguir em frente pela vida! Mas é delicioso que saibam que os adoro, embora nao o declare e nao os procure sempre".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Terreiro do Paço - Sobre notícia do Público de 26.07.09

Recebido por e-mail sobre noticia publicada abaixo.
Jorge,

Acabo de ler no PÚBLICO um artigo sobre o Terreiro do Paço, subscrito por ti e outros colaboradores do blog CIDADANIA.LX.

Estou completamente de acordo convosco, tão só pela simples razão de que são sérios nos argumentos e apontam as tropelias que se pretende realizar numa das mais belas praças da Europa.

Basta consultar um bom dicionário, como o “Grande Dicionário da Língua Portuguesa”, de José Pedro Machado, Sociedade da Língua Portuguesa, Amigos do Livro Editores, 1981, e ver a seguinte entrada:

· Restaurar – Recuperar, restabelecer em bom estado, colocar na sua primeira posição, reintegrar, elevar no seu antigo esplendor, reparar, consertar, pôr em bom estado.

Será preciso mais, para percebermos o que deve ser feito no Terreiro do Paço?

Não está em causa, nem deverá estar, refazer ou adaptar a Praça aos padrões do século XXI. Estamos perante um monumento nacional, construído no século XVIII, integrado no conjunto da reconstrução de uma capital arrasada por um terramoto, que foi classificado como sendo digno de figurar como Património da Humanidade.

Não precisamos de inovações! Basta recuperar a dignidade inicial, limpando, pintando, refazendo cantarias degradadas e recuperar danos causados ao longo dos anos, por incúria ou ignorância. Os registos gráficos existentes permitem, seguramente, recuperar a traça original.

Deixem-se, pois, de habilidades e “rodriguinhos” tontos, só para dar visibilidade a artistas actuais que, se forem bons, poderão dar largas às suas qualidades noutras zonas da cidade. Até poderão ganhar prémios com obras originais…

Respeitem o Património e os cidadãos, que deverão lutar por legar às gerações futuras as obras históricas do passado. Exijam que os órgãos do Estado, incluindo os órgãos de soberania, se pronunciem sobre estes casos. Os monumentos nacionais não deverão ser danificados com a cumplicidade do Estado.

Abraços

José Honorato Ferreira

Ainda e agora o Terreiro do Paço

Jornal Público de 26.07.09

Por: Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Pedro Gomes e Fernando Jorge

Relatorio final da AR sobre a petição "Salvem o Largo do Rato"




A propósito da petição apoiada por este Fórum e de que fui 1º subscritor, denominada "Salvem o Largo do Rato", cujo objectivo visava impedir o avanço da construção de um edifício para ali projectado, petição essa entregue à Assembleia da Republica, foi agora objecto de despacho por aquele órgão de soberania que, não obstante não poder analisar o conteúdo da mesma uma vez que não é nela pedida nenhuma apreciação sobre a constitucionalidade da lei, revela no entanto que, solicitada informação à CML, a Proposta nº 1035/2008 de 6 de Novembro do gabinete do vereador Manuel Salgado e em que era solicitado o deferimento do pedido de licenciamento para a referida obra, a mesma, informa a AR, viria a ser rejeitada conforme acta de reunião nº 65 de 12 de Novembro com 6 votos a favor do PS e 11 votos contra, de toda a oposição, recomendando assim o arquivamento da petição.

Jorge Santos Silva, Luis Marques da Silva e Paulo Ferrero

domingo, 19 de julho de 2009

Petição - Salvem o Lusitano Clube de Alfama

Por favor assinem e divulguem o mais possivel. Vamos criar um elo de comunicação e salvar esta secular Associação recreativa da cidade de Lisboa.

Ler e assinar aqui:

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Imagem do dia

Viagem por Portugal

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?- Deserta, magnífica, sem trânsito?- É, é sempre assim.- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim. Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a> auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa. - Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das> low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
E dito isto ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para> viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguem!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sobre o novo trânsito na Baixa de Lisboa

Pois é. Convido todos a descerem a rua dos Fanqueiros vindos por ex da Praça da Figueira e tentarem virar para o Campo das Cebolas. Pura e simplesmente não é possivel pois certos iluminados cortaram recentemente o último quarteirão dos Fanqueiros ao trânsito, impossibilitando assim de virar para a esquerda para a Rua da Alfandega sendo o condutor particular obrigado a virar para a rua da Conceição, subir a Calçada de Sao Francisco, ir à Vitor Cordon, descer uma perpendicular à rua do Ferragial, virar no Cais do Sodré, seguir pela Av. Ribeira das Naus, entrar na Av. Infante D. Henrique e finalmente entrar no Campo das Cebolas. Por 20m que colocaram para BUS veja-se a volta. Pergunto-me na realidade se estes senhores sonham com o que lá andam a fazer. O mínimo que se exige é consideração e aqui faltou.
Háá. Já me esquecia. Sempre pode virar à esquerda para a Rua da Madalena, subir a Augusto Rosa em direcção à Sé, passar a Rua do Limoeiro, ir à Rua de São Tomé depois da cerca Moura, onde aí verificamos que já não se desce as Escolas Gerais, pelo que temos de subir até à Calçada da Graça e ao respectivo largo, apanhar a Voz do Operário, o Mercado de Santa Clara e descer a Santa Apolónia para aí virar para a Av. Infante D. Henrique e finalmente chegar ao Campo das Cebolas.
Conclusão e moral da história. Se não conhecem bem Lisboa tentem descer a Rua dos Fanqueiros e virar para o Campo das Cebolas.

domingo, 7 de junho de 2009

Novo Museu Naciona dos Coches

A propósito da contrução do novo Museu dos dos Coches, o Fórum Cidadania Lx de que sou membro faz conhecer o seu seguinte:

COMUNICADO


Considerando que, e socorrendo-nos da sabedoria popular, se trata de um nado que nasceu torto e que tarde ou nunca se endireitará, porque:

As razões que fundamentaram a urgência na construção de um Novo Museu dos Coches (a adaptação do actual museu a picadeiro da escola de Alter, a necessidade de “respirar” do actual museu, etc.) são altamente duvidosas e foram, oportunamente, objecto de pareceres negativos de quem de direito (LNEC, IPM, MNC, etc.), o que aliado ao facto de ser do conhecimento público o recente e inequívoco “não” da PR à entrada de cavalos no espaço do actual museu, torna este projecto sem objectivo prático.
A inclusão de um Novo Museu dos Coches nas contrapartidas do Casino de Lisboa (já de si uma decisão estranha) assume particular estranheza quando é do conhecimento público que havendo museus nacionais a precisar de serem construídos de raiz, o dos coches não será decididamente um deles.
A forma como foi escolhido o arquitecto brasileiro para o projecto do novo museu dos coches, sem concurso e, aparentemente, como contrapartida por um arquitecto português ter feito obra no Brasil, é profundamente lamentável e é sintomático do entendimento que quem de direito tem acerca da coisa pública.
A “solução final” em dominó encontrada pelo Ministério da Cultura para providenciar espaço físico para o novo museu dos coches - envolvendo a demolição das antigas Oficinas Gerais de Material de Engenharia (que, pasme-se, englobavam as antigas cocheiras reais), o despejo do ex-IPA e do Museu Nacional de Arqueologia e a instalação de ambos na Cordoaria (com a inevitável adulteração de um MN) e a ampliação do Museu da Marinha para o resto dos Jerónimos (projecto já esquecido de Américo Thomaz) – é irresponsável, atentatória do nosso património e contrária ao entendimento de inúmeros especialistas, a começar pelos responsáveis dos museus de Belém.
O projecto do novo museu dos coches sofre, à partida, de 3 problemas graves: quebra o equilíbrio urbanístico (estético, volumétrico e funcional) daquela zona, viola a ZPE do Palácio de Belém, e, pelas imagens virtuais que são do conhecimento público (pré-figurando salas "esterilizadas" e materiais contemporâneos, é totalmente inadequado para albergar uma colecção de coches.
Ou seja, este projecto é um desperdício de dinheiros públicos (porque o são) num país pobre e com outras prioridades na Cultura, é ineficaz (porque os cavalos não vão para o espaço do actual museu) e é contrário à generalidade dos especialistas; pelo exposto:

Apelamos à Câmara Municipal de Lisboa para que na próxima 3ªF, dia 9 de Junho, faça um favor a Lisboa e CHUMBE o projecto do novo museu nacional dos coches.
7 de Junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

Blog temporáriamente parado

Por motivos de saúde vou ter de parar um pouco a minha participação on-line. Ocorre que domingo passado, dia 31, no barco de recreio onde me encontrava ao largo de Sesimbra, pus-me a cortar umas coisas com a faca serra-cabos quando esta se fechou tipo canivete com toda a força sobre o meu dedo polegar direito. Acreditem que o resultado não foi bonito de se ver e, a juntar à pouca sorte, o facto do hospital mais perto se encontrar a uma hora de distância entre barco e carro. Depois foi agrafar tudo. Percebi que o que está na moda são os agrafos e já não as velhas linhas de sotura com que nos cosiam o queixo em miúdos. Agora estou imobilizado e quase impossibilitado de escrever seja o que for. Só estas linhas foram para mim um desafio titânico. E dito isto, até breve ... espero!
Abraços

Jorge Santos Silva

P.S. - Já agora, como curiosidade, imagine-se que aprendi no hospital que o termo médico utilizado para denominar os dedos da mão é quirodáctilo. Ele há cada um.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Monárquicos à trolha em Lisboa

Com a aproximação das eleições autárquicas, os monárquicos da capital insurgiram-se contra a entrada do deputado e líder do PPM, o fadista Nuno da Câmara Pereira na coligação PSD-CDS-PPM e MPT.
Sabidas que são as pretensões ao trono que o deputado monárquico defende, já que ao arrepio do há muito convencionado que, salvo algumas aparições pontuais e rapidamente desacreditadas, têm por certo a legitimidade de D. Duarte, o líder monárquico vem à praça anunciar agora a ilegitimidade da Casa de Bragança e afirmar que o herdeiro ao trono de Portugal é, e com o apoio do PPM, D. Pedro José Folque de Mendonça Rolim de Moura Barreto, Duque de Loulé, isto depois de já ter indisposto os monárquicos de Portugal com o lançamento do livro "O usurpador" em referência a D. Duarte e do controverso encontro com D. Rosário de Poidimani um italiano, filho de uma alegada filha ilegítima do Rei D. Carlos I e de Maria Amélia Laredó e Murça, Maria Pia de Bragança, cuja pretensão ainda que verdadeira cai por terra por ser fruto de relação ilegítima. A confusão estava lançada.
Assim, tomei conhecimento que uma organização, que dá pelo nome de Real Associação de Lisboa, está a divulgar uma petição com o objectivo de a entregar aos restantes lideres da coligação, para irradiar o contestatário líder do PPM das listas da mesma, alertando para o facto de que o objectivo de cativar votos monárquicos sai totalmente gorado com tal iniciativa, já que não há monárquico ajuizado que se reveja num PPM anti Bragança.
Como tem sido meu hábito neste blog, independentemente de cor politica tenho aqui postado todos os assuntos que, ou por interesse generalizado ou por curiosidade do facto, possam interessar aos meus leitores.
Assim, ou por curiosidade ou para subscrição, aqui fica o link da dita petição bem como o texto e motivos da mesma: http://www.peticaopublica.com/?pi=JTMB

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Assim começaram os engarrafamentos e as discussões de trânsito.

“ANO DE 1686. SUA MAJESTADA ORDENA QUE OS COCHES, SEGES E LITEIRAS, QUE VIEREM DA PORTARIA DE SÃO SALVADOR, RECUEM PARA A MESMA PARTE”

Jornal ionline por António Mendes Nunes, Publicado em 13 de Maio de 2009

Na Lisboa de há 300 anos o trânsito era mais caótico e perigoso que hoje. Matava-se por questões de prioridade e as multas eram pesadas.

Durante séculos, o povo deslocou-se a pé e os nobres a cavalo. As ruas da capital eram estreitas, sujas, malcheirosas e lamacentas. Tanto que os de maiores posses preferiam a água à terra e iam do Terreiro do Paço a Belém de barco. Mas a vida ia-se fazendo.

Em 1581 deu-se o "desastre". Filipe II de Espanha veio a Portugal e trouxe um coche, coisa nunca vista: uma caixa de madeira fechada, bastante desconfortável, em cima de quatro rodas, puxada por meia dúzia de cavalos. A novidade fez escola e não houve nobre endinheirado que não quisesse ter um.

Nas apertadas vielas era costume recuar o coche do proprietário com menor posição social, mas quando se encontravam dois iguais era frequente chegarem a puxar da espada. Houve muito sangue derramado nestas discussões, até que D. Pedro II, em 1686, mandou elaborar as primeiras leis, afinal o primeiro código da estrada, colocar os primeiros sinais de trânsito em Lisboa e também alguns "polícias sinaleiros", chamados "práticos". As penas para quem não cumprisse esse código eram pesadas: degredo para o Brasil e 2 mil cruzados de multa. Na parede do prédio n.o 26 do Beco do Salvador, em Alfama, ainda está a lápide com a inscrição do direito de prioridade. Afinal o primeiro sinal de trânsito que existiu em Lisboa e em Portugal.

Rua das couves

Em Várzea de Meruge, Seia, Serra da Estrela, a população cansou-se depedir ao presidente da Junta que reparasse o piso de uma rua.Vai daí, decidiu plantar couves nos buracos... e agradecer ao presidente e ao seu padrinho em S.Bento.
Nunca a frase «atirou com o carro para as couves» fez tanto sentido...

É ainda curto, mas é um sinal de que o povo está aí, já se ouvem ao longe os tambores...

Se a moda pega vamos ser o país das couves.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Assim vai Portugal

O Manuel, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt),
começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7da manhã.
Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café
(importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in ChechRepublic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China). Vestiuuma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).
Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para verquanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.
Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu umsumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made inSweden) e continuou à procura de emprego.
Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos atravésdo seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made inItaly), o António decidiu relaxar por uns instantes.
Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made inDenmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...
O Ministério da Economia de Espanha estima que se cada espanhol consumir 150€ de produtos nacionais por ano, a economia cresce acima de todas as estimativas e, ainda além disso, cria uma série de postos de trabalho.

sábado, 9 de maio de 2009

Terreiro do Paço – Que futuro?


Aspectos incontestáveis

O Terreiro do Paço é uma das praças maiores e mais bonitas da Europa, porta de entrada de Lisboa e centro a partir do qual a cidade ressuscitada se desenvolve. A nossa “Real Praça do Comércio”, ponto fulcral de todo um «décor» de um Projecto Mercantilista e Modernizante nunca conseguido, onde toda uma simbologia é desenvolvida: a geometria, o numeralismo, etc. A inclinação dos bordos em relação e à estátua, para que os que se lhe aproximem sejam reduzidos à sua “insignificância” por D.José, o nosso Rei-Sol. A luz, a luminosidade que a todos encandeia e que de todos os lados reflecte. Simbolismo materializado pela conjugação da vontade do homem e da domesticação dos materiais. Por tudo isso, o Terreiro do Paço é Monumento Nacional. Mas a relação do lisboeta com o Terreiro do Paço é ambígua, bipolar. Da cor das fachadas (era “amarelo de Nápoles” quando podia ser rosa, de Bragança; foi verde-garrafa, e voltou a amarelo) ao abandono do Arco Triunfal, aos torreões “mais para lá do que para cá”; aos elementos espúrios, ao “tratamento” do Cais das Colunas, à boca de Metro em plena arcada, aos pilaretes, quiosques, e aos esventramentos sucessivos do subsolo. Foi parque de estacionamento. Tem sido feira popular e estaminé.

A decisão (oculta) de alguns (muito poucos)

Lembrou a alguém, a propósito do Centenário da República, fazer dele o palco de 2010. Contagiado pelo despotismo esclarecido de antanho, decidiu e não auscultou ninguém, muito menos a “plebe”. O projecto é facto consumado. Da placa central? Reafectação dos pisos térreos? Correcção dos “embelezamentos”? Limpeza do Arco e da estátua? Eternizar a veia de quermesse? Mastros, toldos, “bandeirinhas”? Publicidade a troco de €? Toque de “contemporaneidade”?

O projecto divulgado em sessão privada (*) de CML emoldura o Terreiro do Paço com piso riscado, invocando a cartografia do séc. XVI. A placa central é preenchida por uma desconcertante rede de losangos ocre, de areão, a “condizer” com as fachadas dos edifícios, num imenso “tartan” de gosto duvidoso, debruado a risquinha cinzenta e rematado por um losango verde-garrafa sob o plinto da estátua, em “pandan” com o verdete. Aplana-se a placa central com uma “bancada” de 1m de alto, em degraus, ao longo de toda a frente-rio, para banhos de sol, farturas e passear o cão.

é este o Terreiro do Paço pelo qual tanto temos aguardado? Por que não houve concurso para a selecção do projectista? Quem se arrogou o poder de escolher uma solução que não foi divulgada, muito menos discutida?

Que Terreiro do Paço

é preciso respeitar o seu simbolismo, história, monumentalidade, magnificência, luminosidade, assimetria, estética, cromatismo e ligação ao rio, que fazem dele um local tão aparentemente minimalista e inóspito quanto, seguramente, belo e único. O que tem o losango que ver com o Barroco? E o areão, mais apropriado a paredões e pistas de atletismo? O argumento da luminosidade excessiva é capcioso e não inviabiliza o lioz, ou as lajes de pedra do mesmo tipo das sob as arcadas. O alargamento dos passeios laterais pode ser em calçada portuguesa, sem recurso à “cartografia”. Não é a calçada um “ex-libris” alfacinha, defendida publicamente, e bem, pelo próprio Presidente da CML?

E será que a sombra, ou a falta dela, é um problema sério? Terá sido esta praça construída como praceta? Não é ela um local monumental, aberto ao rio, ao vento e à luz? Mas se for preciso ter sombra, por que as árvores de alinhamento de há 100 anos? Não são elas um modo natural e não intrusivo de sombreado, impeditivo da publicidade e da ocupação abusiva da praça? Ou uma solução mais criativa (“elevando a fasquia”), com laranjeiras em grandes vasos bordejando as arcadas. E bancos? Com costas e em mármore (Pç. do Império)? Sem costas (Rossio)?

Por fim, não colhe a ideia do corredor central em piso diferenciado, perpendicular ao Arco, cruzando a estátua e prosseguindo até aos degraus do remate junto à marginal. Porque o peão não precisa que lhe indiquem por onde circular. Permita-se-lhe o gozo aleatório, sem pressas, buzinas e lixo. A contemplação. O horizonte, a luz e o vento. O registo imponente, solene, estático, contemplativo, livre aos Elementos, do projecto original. Há quem gabe o arrojo do novo projecto. Contudo, cremos que arrojo é decidir sobre a praça mais monumental do país às escondidas de todos. Haja debate!

Aquela praça que tem sido tudo quer e deve apenas ser nada.

Paulo Ferrero, Bernardo F. de Carvalho, Carlos F. de Moura, Luís Marques da Silva, Jorge Santos Silva, Nuno Santos Silva e António Sérgio Rosa de Carvalho

(*) Fonte: “Briefing” dos Vereadores da CML após reunião privada de CML.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Acabou a guerra dos contentores. Lisboa vai ter um jardim

A nova publicação saída hoje o jornal i, traz a seguinte noticia que muito me agradou já que na altura tive ocasião de aqui manifestar o meu protesto em não se devolver este espaço aos cidadãos.
Por Ana Sá Lopes, Publicado em 07 de Maio de 2009

A guerra dos contentores pode acabar antes da campanha eleitoral para as autárquicas de Lisboa: onde se esperava mais carga vai haver um jardim resgatado - por 20 anos, pretende a Câmara de Lisboa - ao Porto de Lisboa. A câmara está a negociar um protocolo com a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a Liscont (a empresa que gere os contentores portuários, do grupo Mota-Engil, liderado por Jorge Coelho), com a bênção do movimento de cidadãos anticontentores, que deverá ser assinado durante o mês de Maio.
A câmara quer pedir emprestada ao Porto de Lisboa, durante 20 anos, toda a zona que vai de Alcântara-Terra ao rio Tejo, para ser utilizada como espaço público. No entanto, o protocolo contempla uma cláusula que permite à APL reivindicar à câmara municipal "uma solução alternativa" para os contentores, caso o movimento do porto venha a registar um "crescimento exponencial" durante os próximos 20 anos. Mas a moratória dos contentores pode durar menos do que a câmara deseja: o i sabe que o prazo de 20 anos é considerado "inaceitável" pela Administração do Porto de Lisboa.
O novo projecto da câmara é do conhecimento dos cidadãos que se constituíram em plataforma de protesto e enviaram uma petição à Assembleia da República para travar o projecto de ampliação da plataforma de contentores em Alcântara. António Costa, Manuel Salgado e representantes do grupo de cidadãos têm mantido contactos nos últimos tempos.
"Chegámos a um consenso. A plataforma portuária não irá abafar a cidade", disse ao i o vereador responsável pelo urbanismo, Manuel Salgado. Miguel Sousa Tavares, da plataforma de cidadãos, confirma ao i que tem participado em reuniões com vista a um consenso: "A posição da câmara municipal tem evoluído no sentido das nossas condições".
Afinal o que muda agora? O plano Alcântara XXI é "totalmente reformulado" - palavras de Manuel Salgado. A fazer a ligação entre Alcântara-Terra e o rio Tejo, uma grande praça pública ajardinada. Com o terminal de cruzeiros a ser mudado para Santa Apolónia, o novo projecto vai transformar a Gare Marítima de Alcântara "num pólo cultural importante". E todo o espaço fronteiro à gare "será uma continuação do espaço público para área de recreio e lazer".
A plataforma de cidadãos tinha posto como condições irrenunciáveis a limitação da área disponível para contentores ("nem mais um metro de área de contentores em Alcântara", diz Miguel Sousa Tavares), o eventual aumento do transporte de carga dos contentores não ser feito por via terrestre ("nem mais um contentor TIR") e, enquanto durassem as obras, que as docas continuassem a funcionar. "A câmara deu-nos um documento para estudar que passa por incluir essas garantias", diz Sousa Tavares.
Para já, os cidadãos estão satisfeitos. "O que queremos é que não sejam promessas vagas, mas garantias firmes do Porto de Lisboa", exige Miguel Sousa Tavares.
Na opinião de Manuel Salgado, o novo projecto "defende a sustentabilidade económica do porto", "assegura a fácil ligação da cidade ao rio" e "resolve o problema do equilíbrio ecológico do vale de Alcântara. A câmara vai recuperar um projecto antigo do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, que passa pela construção de um conjunto de bacias de retenção no vale de Alcântara para acabar com as cheias crónicas que afectam todos os anos aquela zona de Lisboa.
Segundo Manuel Salgado, ao prever o enterro da linha férrea, permite afastar a carga toda metida nos contentores a partir da utilização de barcaças que façam sair as mercadorias através do rio. Por outro lado, está em vias de ser "estabilizada uma solução que contempla a construção em túnel da infra-estrutura ferroviária". A câmara propôs ao governo a ligação da linha de Cascais à linha de cintura - o que permite que quem vem trabalhar para Lisboa possa vir de comboio -, que também será aproveitada para o escoamento do material dos contentores.
Ao contrário do que pretendia o grupo de cidadãos, Alcântara ficará sem o terminal de cruzeiros, que será construído em Santa Apolónia, junto ao Jardim do Tabaco. A ideia da câmara é transformar a Gare Marítima de Alcântara, que é monumento nacional, "num pólo cultural". Quanto aos contentores, Manuel Salgado afirma que serão edificados de maneira a manter as vistas para o rio.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Perdida - O final da história

Há duas semanas atrás lançava um apelo. A pedido dos seus donos desesperados, pedia-se a quem tivesse noticias do paradeiro de uma cadela arraçada de Labrador, preta pêlo curto, desaparecida dia 17 de Abril na zona de Loures (Barro), com cerca de 2 anos e que trazia 3 fitas ao pescoço, 2 azuis e uma rosa, que contactasse o telefone então facultado. Dava-se como informação adicional que era muito meiga.
Este animal já trazia uma história. Vivia com um outro cão em casa de alguém que, afectado pela difícil situação em que o país se encontra, havia perdido o emprego, tendo de colocar os seus dois amigos de quatro patas na União Zoófila, local onde a cadelita esteve recolhida até encontrar estes novos donos, deixando para trás quem a criou e estimou, bem como o seu companheiro de brincadeiras, mantido junto, um rafeirote castiço, que lá teve de ficar há espera de melhor sorte.
Tocado pela noticia "postei-a" neste blog e enviei para toda a minha lista de contactos. Quem sabe poderia ajudar.
Na zona, foram colocadas dezenas de fotocópias, junto a paragens de autocarro, sensibilizando para o desespero dos seus donos. Só quem nunca teve um cão, não perceberá do que estou a falar.
Raras são as vezes em que o desfecho destas histórias têm um final feliz.
Mas há excepções.
O dono da afortunada cadelita, a Bianca, ligou-me no final da semana passada a avisar que haviam sido contactados por uma senhora que informava que a cadela estava recolhida na sua pequena quinta em Loures. Embora muito triste por a devolver, já que se tinha afeiçoado ao animal, entregou-a. Bem-haja por isso.
Bem tratada e obviamente saudosa dos seus donos, regressou a casa.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Entrevista ao Fórum Cidadania LX

Na foto: Jorge Santos Silva, Paulo Ferrero, Nuno Santos Silva e Luis Marques da Silva: os "operacionais"do movimento cívico Forum Cidadania Lx

Por Margarida Davim

Chamam-lhes fundamentalistas, velhos do Restelo, D. Quixotes. Escrevem diariamente num blog, lançam petições na Internet, dão entrevistas aos media e dizem só ter em comum o amor por Lisboa e a vontade de lutar por causas ligadas ao património, à mobilidade e ao ambiente.
Paulo Ferrero tem 45 anos e é licenciado em Economia, mas há cinco anos que dedica todo o tempo livre ao Fórum Cidadania Lx. A ideia surgiu para tentar impedir a demolição da casa Garrett e deu lugar a um blog onde se foram juntando pessoas, “do BE ao CDS”. O edifício foi demolido, mas o Fórum cresceu. Hoje, tem 112 membros e um site com uma média de 600 visitas diárias.“Somos um movimento de causas”, define Ferrero, que sublinha o facto de se tratar de uma “associação informal” completamente apartidária, mas não apolítica”. O activista só conhece pessoalmente metade dos elementos do Fórum, mas explica que entre os que colaboram “há gestores, advogados, médicos, gente ligada aos media, ás artes e espectáculos arquitectos, engenheiros, estudantes…Novos e velhos”. Todos conciliam a vida profissional com a actividade cívica e alguns moram mesmo no estrangeiro. “Sem Internet não havia nada disto”, diz Paulo Ferrero, lembrando que “tudo é feito a custo zero”.

Lutar contra moinhos de vento

Luis Marques da Silva tem 46 anos e é arquitecto. Passa os dias entre Lisboa e o Porto e aproveita os fins-de-semana para escrever petições, distribuir folhetos e andar pela cidade à procura do que está mal. “Já nos chamaram malucos, mas as nossas causas não são moinhos de vento, são monstros”, diz lembrando uma das vitórias do movimento: graças a uma petição (que reuniu mais de cinco mil assinaturas), o projecto dos arquitectos Valsassina e Aires Mateus para o Largo do Rato foi travado. “O que estava projectado era excessivo em termos de volumetria e desenquadrado do contexto sócio-urbano da zona” justifica.
Foi, aliás, esse projecto que o levou a juntar-se ao Fórum Cidadania, mas Marques da Silva é também um dos mais activos na contestação ao novo Museu dos Coches. Antes já tinha dado a cara pelo movimento Em Defesa do Bolhão, no Porto. “Posso até ser penalizado em termos profissionais, mas não consigo assistir impávido à destruição desta bela cidade”, afirma.
“As nossas próximas batalhas tanto podem ser a colocação de semáforos num sitio qualquer, como a defesa de um edifício histórico”, adianta Nuno Santos Silva. O jurista de 33 anos confessa que muitos dos temas que leva para o Fórum nas cem quando está “no transito ou nos transportes públicos”. A mobilidade é o assunto que mais o motiva e diz que, por isso, já está habituado “a receber muitos insultos e comentários menos simpáticos” no site.
Mas a polémica surge mesmo dentro do “núcleo operacional” do movimento. Jorge Santos Silva, 44 anos, licenciado em História revela ser contra uma das iniciativas do Fórum: “Não posso aceitar que se coloquem autocolantes nos automóveis mal estacionados, até porque eles estragam os carros”.
Santos Silva descobriu por experiência própria a dificuldade que os cidadãos têm em ser ouvidos. “Moro num prédio na Alameda D. Afonso Henriques, que é propriedade do Ministério da Saúde, e ameaça ruir”, conta acrescentando que “foi só depois de ter chamado os jornais e as televisões que o assunto começou a ser resolvido”.
De resto, uma das maiores armas deste movimento de cidadãos tem sido a denuncia na comunicação social. “Sempre que enviamos cartas para as autoridades, ficamos sem resposta”, lamenta Paulo Ferrero, que vê nos media a única forma de “consciencializar as pessoas”.
Mas, em ano de autárquicas, Ferrero sabe que vai ter uma atenção redobrada por parte dos partidos. “Todos os anos lhes enviamos um dossiê com alguns dos assuntos que achamos mais importantes”, relata, sabendo que a história se repete a cada eleição: “A maioria nem responde e os que respondem acabam por se esquecer”.
“É por isso que cada um tem o seu partidoe isso não interfere no movimento”, comenta Jorge Santos Silva, que acredita que, “seja qual for a força politica que esteja na Câmara de Lisboa , haverá sempre problemas”.
Paulo Ferrero reconhece que a guerra que trava nunca vai ter fim: “Ganhamos umas batalhas, perdemos outras. Mas há sempre lutas novas”